Com música mais tocada nas rádios, dupla iniciou carreira musical no forró e no pagode, e fez sucesso no time de compositores de grandes artistas. Veja entrevista com a dupla sertaneja Diego e Victor Hugo
Diego iniciou na música em uma banda de forró. E pouco depois, junto com Victor Hugo, formou um grupo de pagode, "mas bem amador, por hobby".
Ao longo dos anos, eles tiveram outros empregos e projetos, e se encontraram novamente nos palcos quando o primeiro tocava com a banda D'Corpo Inteiro e o segundo foi fazer serviço de roadie para o grupo de pagode de Uberlândia.
Mas em certo momento, resolveram ouvir os conselhos da mãe de um deles e tudo mudou na vida da dupla sertaneja Diego e Victor Hugo:
"Quando a gente estava no pagode, a gente ensaiava na minha casa. E minha mãe sempre falava: 'Por que você e Diego não cantam sertanejo? Para de tocar esse pagode, esse pagode não vai dar futuro pra ninguém, não'."
Anos após acatarem a dica de dona Maria José, Diego e Victor Hugo entraram para o hall de grandes nomes da música sertaneja atual e atingiram ótimas marcas. Entre elas:
a dupla tem a música ("Facas") mais tocada nas rádios do Brasil no primeiro semestre de 2021
a mesma faixa ficou em terceiro lugar na lista de mais ouvidas no primeiro semestre de 2021 no Spotify
integram a lista dos 10 artistas com mais plays no Spotify no Brasil
Diego e Victor Hugo
Alysson Estopa/Divulgação
A dupla, que já vinha se destacando nacionalmente antes da pandemia com hits como "Infarto", "Pisadinha" e "Prefiro nem perguntar", aproveitou o bom momento próprio e a baixa de lançamentos sertanejos desde março de 2020 para se firmar no mercado.
"A gente meio que foi na contramão do mercado nesse sentido, né? Os outros artistas deram uma segurada ali nos lançamentos. Agora estão voltando. Mas a gente viu que era o momento de a gente tentar dar uma arrancada", explica Victor Hugo em entrevista ao G1.
"A gente resolveu apostar em gravar material novo, um baita material. Um DVD que a gente realmente gastou o que não podia, porque a gente apostou nesse repertório."
Dentro deste repertório está a bem-sucedida "Facas", música que eles convocaram os amigos Bruno e Marrone para gravar.
As duas duplas já haviam cantado juntas no primeiro DVD de Diego e Victor Hugo, em 2017, na música "Sem Contraindicação".
Quando Diego e Victor Hugo foram apresentar o novo repertório, "Bruno ficou chocado com 'Facas'", relembra a dupla.
"Nem quis ouvir as outras", recorda Diego.
"O Bruno é diferente, né? A gente costuma falar que ele é o pai da voz. Até pra cantar o lado dele, você sente aquele peso de estar jogando com o Maracanã lotado", elogia Victor Hugo.
Além de Bruno, a dupla também tem como ídolos Jorge e Mateus. "A gente tirou [eles] de referência quando começamos a cantar como dupla. A gente se identifica muito", diz Victor Hugo.
E o sonho de uma parceria deve se concretizar em breve. "A gente até já falou de gravar alguma coisa juntos e acho que mais pra frente deve rolar. Realmente vai ser mais uma realização de mais um sonho."
Diego e Victor Hugo com Bruno e Marrone
Reprodução/Instagram
Sucesso na composição
Antes de se destacar nacionalmente com a dupla, Victor Hugo já estava estourado nas rádios como compositor.
Ele é responsável por assinar canções como:
"Vai Doer" (Henrique e Diego),
"Calafrio", "Bebida com saudade" e "Mais amor e menos drama" (Henrique e Juliano),
"Melhor Terminar" (Maiara e Maraisa),
"Trégua" (Bruno e Marrone),
"Se entrega" (Matheus e Kauan), entre tantas outras.
O talento, ele conta, foi descoberto por acaso.
"Eu e Diego começamos a cantar e aí descobri meu dom de compor porque a gente precisava gravar algumas coisas pra dupla. A composição veio dentro do primeiro sonho, do sonho principal, que seria cantar como dupla mesmo", explica Victor Hugo.
Diego e Victor Hugo
Alysson Estopa/Divulgação
"Acabou que somou muito na carreira da dupla, a composição ajudou bastante nas parcerias, em tudo", analisa Diego.
Com a boa safra de composições, Diego e Victor Hugo começaram a fazer amizades dentro do mercado sertanejo. E logo no primeiro DVD, contaram com cinco participações de artistas nacionais no disco.
O sucesso com as rimas também abriu as portas para o que, no meio sertanejo, é conhecido como "máfia dos compositores". Isso porque não é rara a presença dos mesmos compositores em vários álbuns de diversos artistas em uma mesma época.
"Antigamente, lá atrás, a gente passava apertado pra entrar pra essa turma. Mas nada diminui o talento e a força de vontade. A gente teve força de vontade, correu atrás e, fazendo música boa, que é o que a gente sabe fazer, as portas foram se abrindo."
Diego e Victor Hugo fazem mix musical na abertura da Festa de Barretos 2019
Érico Andrade/G1