Capa do single 'Serpente', de Alice Caymmi
Divulgação
Resenha de single
Título: Serpente
Artista: Alice Caymmi
Compositores: Alice Caymmi, Maffalda, Rodrigo Gorky e Zebu
Edição: Altafonte
Cotação: * * *
? Desde que se consagrou com o impactante álbum Rainha dos raios (2014), Alice Caymmi vem alternando discos em que flerta com o universo da MPB – caso do primoroso Electra (2019), álbum de voz e piano – com singles em que se enquadra na moldura do mercado de música pop em voga no Brasil.
Lançado nesta quinta-feira, 9 de setembro, o inédito single Serpente se insere nessa vertente pop em que transitaram singles anteriores da artista, como A noite inteira (2020), gravado pela cantora com o grupo baiano Àttoxxá.
Dirigido por Aline Lata e posto em rotação às 12h de hoje, com fotografia assinada por Érico Toscano, o clipe de Serpente valoriza com imagens expressivas a gravação da mediana música creditada a Alice e ao trio Maffalda, Rodrigo Gorky e Zebu – três dos cinco integrantes do Brabo Music Team, coletivo de produtores e compositores que moldam os repertórios de artistas com Pabllo Vittar.
Só que, no caso do single Serpente, quem assina a produção musical da faixa é a própria Alice Caymmi em parceria com Vivian Kuczynski. É na pegada sintética desse pop eletrônico que a cantora e compositora carioca manda recado de forma direta.
Com versos simples como “Eu tenho o direito de me expressar / E viver do jeito que eu quiser viver / Dois pesos, duas medidas / É de se esperar / O dedo é na ferida / Mas eu digo não”, a letra de Serpente investe contra relacionamento abusivo.
Nesse contexto, Serpente funciona como (mais um) grito de liberdade de Alice Caymmi, dona de temperamento indomado que nunca deixou de impor a própria personalidade, tanto como artista – e houve quem, dentro e fora da família de Alice, tenha suposto que iria direcionar a carreira da (excelente) cantora – quanto como mulher, corajosa para desafiar as medidas e os padrões femininos de beleza.
Com o single Serpente, Alice Caymmi dá o bote no opressor.