Artista se conecta no disco ao baterista juvenil que, na década de 1950, se exercitava como crooner em boates do Paraná. ? Aos 80 anos, completados em 5 de agosto deste ano de 2021, o percussionista e baterista Airto Moreira volta ao disco e ao começo. Com o lançamento do álbum Eu canto assim na segunda-feira, 11 de outubro, o artista catarinense – músico brasileiro que obteve visibilidade planetária ao cair no suingue do jazz latino – se conecta afetivamente com o início da trajetória profissional, iniciada na década de 1950 nas boates das cidades paranaenses de Ponta Grossa (PR) e Curitiba (PR).
Nessas boates, além de se exercitar no ofício de baterista, Airto Guimorvan Moreira soltava a voz como crooner. É esse lado ainda pouco conhecido do artista octogenário que Airto revive no disco editado pelo selo Ars Magna.
Com arranjos criados pelo pianista David Sartori e pelo contrabaixista Thiago Duarte, sob a direção musical de Flora Purim, Airto dá voz no disco a nove músicas, quase todas lançadas nas décadas de 1950 e 1960, sem deixar de tocar a bateria e a percussão que lhe consagraram em âmbito mundial.
Capa do álbum 'Eu canto assim', de Airto Moreira
Divulgação
A seleção de repertório do álbum Eu canto assim inclui Canção dos olhos tristes (Tito Madi, 1961), As praias desertas (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1958), A noite do meu bem (Dolores Duran, 1959), Cadeira vazia (Lupicínio Rodrigues e Alcides Rodrigues, 1950), Canção que morre no ar (Carlos Lyra e Ronaldo Bôscoli, 1960), Ilusão à toa (1961), Quem há de dizer (Lupicínio Rodrigues e Alcides Gonçalves, 1948), Encontro com a saudade (Billy Blanco e Nilo Queiroz, 1960) e Molambo (Jayme Florence e Augusto Mesquita, 1953).
Reminiscência do baterista jovem que soltava a voz na intimidade das boates, o álbum Eu canto assim é o primeiro disco de Airto Moreira desde Aluê (2017), primeiro álbum solo gravado pelo artista no Brasil.