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Maia vê 'confusão' no governo e diz que tentará evitar que base aliada 'desmoralize' Paulo Guedes

Por Redação

22/12/2020 às 19:00:35 - Atualizado há
Presidente da Câmara comentou disputa entre aliados de Bolsonaro sobre PEC que amplia repasses federais a municípios. Equipe econômica é contra, mas base não deve obstruir votação. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta terça-feira (22) que vê uma "confusão" na relação entre o governo Jair Bolsonaro e a base de apoio no Congresso, e que buscará evitar que essa disputa "desmoralize" a equipe econômica chefiada pelo ministro Paulo Guedes.

Maia deu as declarações ao comentar a votação de uma proposta de Emenda à Constituição (PEC) que aumenta a transferência de recursos federais às prefeituras por meio do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

A proposta tem impacto bilionário nos cofres da União e, por isso, integrantes da equipe econômica são contrários à aprovação do texto. Ao mesmo tempo, o agrado aos prefeitos pode gerar ganhos políticos para o governo federal e para os deputados que votarem a favor da proposta.

“Vamos ver o que a gente consegue construir, respeitando a equipe econômica, não deixando que a própria base do governo ou o próprio líder do governo desmoralize a equipe do ministro Paulo Guedes”, afirmou.

Mais cedo, nesta terça, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), afirmou ao blog da Andréia Sadi que não pedirá a retirada do texto da pauta, e que a responsabilidade é de Maia.

“Eu vi na imprensa ontem a crítica da equipe econômica à votação e alguns economistas criticando a desorganização do governo e a votação da PEC neste momento. E as declarações do Ricardo Barros. Só vi isso. Um pouco confuso, né?”, acrescentou Maia.

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"A responsabilidade é do presidente da Câmara. O governo não vai pedir para retirar. Agora, cabe a Maia: não dá para ficar bem com a Faria Lima (empresários) e com os prefeitos (a favor da PEC), vai ter de decidir o que fazer”, disse o parlamentar.

No fim da tarde, Rodrigo Maia rebateu as declarações de Barros e afirmou que o governo está deixando de ser popular para ser populista, “pela falta de compromisso com a pauta fiscal do país”.

A chamada "PEC dos Municípios" já passou pelo Senado e já foi aprovada na Câmara em primeiro turno. Se for aprovada de novo e não passar por mudanças substanciais (que forçariam nova análise dos senadores), o texto vai à promulgação e não depende da sanção de Bolsonaro.

“Qual é a posição do governo? O governo vai liberar [os partidos da base na votação]? O governo não tem posição? Eles vão desmoralizar o Paulo Guedes? O governo vai desmoralizar o ministro da Economia?”, indagou Maia.

Eleição na Câmara

Maia e o bloco de partidos que o apoiam na Câmara ainda não definiram quem será o representante do grupo na eleição de fevereiro, que definirá o presidente da Casa pelos próximos anos.

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Nesta terça, o atual presidente da Câmara foi questionado mais uma vez sobre o anúncio. Maia afirmou que a indicação está "quase para acontecer" e que deve sair no máximo até amanhã.

Baleia Rossi (MDB-SP) e Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) são os principais nomes cogitados. Partidos de oposição integram o bloco de apoio a Maia, mas não descartam apresentar uma candidatura.

O nome escolhido deverá ter como principal opositor na disputa o deputado Arthur Lira (PP-AL), líder do Centrão e aliado de Bolsonaro. A votação em fevereiro é secreta.
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