Autoridades ocidentais e analistas dizem ser um indicativo de que o país está se preparando para uma nova invasão A Rússia aumentou sua presença militar na fronteira com a Ucrânia durante as semanas de negociações diplomáticas com os Estados Unidos e seus aliados, um movimento que autoridades ocidentais e analistas dizem ser um indicativo de que o país está se preparando para uma nova invasão.Autoridades ocidentais e ucranianas disseram ao jornal “Financial Times” que mais de 106 mil soldados russos estão posicionados em regiões próximas à fronteira. Esse contingente inclui entre 55 e 60 grupos táticos de batalhão, que são unidades de assalto com grande mobilidade e estrategicamente independente.A mobilização de tropas para a fronteira da Ucrânia continuou depois de as negociações realizadas na semana passada com os EUA e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) não terem avançado na busca de uma solução diplomática para a crise.Um oficial ocidental de inteligência disse ao “FT” que a Rússia já tem soldados suficientes na fronteira para realizar uma série de atividades e intimidar militarmente a Ucrânia, que tem recebido mais apoio dos EUA e de outros países nos últimos dias.“Mas se eles realmente pretendem uma invasão em grande escala, com a intenção de tomar e manter território, então o consenso é que eles precisariam de mais tropas do que as atualmente mobilizadas”, disse o oficial de inteligência.No início da semana, a Rússia anunciou que estava levando soldados e equipamentos militares do extremo leste do país para participar de um exercício conjunto com Belarus, que também faz fronteira com a Ucrânia. Autoridades e analistas ocidentais viram a medida como uma tentativa de Moscou de reforçar a presença militar perto do território ucraniano em meio às negociações.Moscou também transferiu alguns navios de desembarques de tanques para o Mar Negro. Além disso, com diversas bases aéreas perto da fronteira, a Rússia teria um grande número de aeronaves de ataque e helicópteros de combate com capacidade de chegar à Ucrânia sem serem realocados.O secretário do Conselho de Defesa e Segurança Nacional da Ucrânia, Oleksiy Danilov, disse em entrevista ao “The Wall Street Journal” ontem que não acredita que a Rússia tentará um ataque de larga escala. Em vez disso, eles esperam que o Kremlin intensifique uma campanha para desestabilizar o governo do país, com ciberataques, provocações, desinformação e pressão econômica.Na última sexta-feira, um ciberataque de larga escala tirou do ar cerca de 70 sites do governo da Ucrânia. Autoridades ucranianas e de outros países apontaram a Rússia como responsável pela ação digital.Rússia concentra tropas próximo da UcrâniaAP Photo
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