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BRASIL

Pix e cartão de crédito: entenda como cada um é usado pela população


O Brasil atingiu novo recorde no total de saques feitos via Pix em junho, com mais de R$ 31 milhões retirados nas modalidades de troco ou saque. O montante corresponde a mais de 226 mil operações, conforme o Banco Central. Mas apesar de cada vez mais popular e utilizado, o uso do sistema de pagamentos instantâneos não inviabiliza a opção por um velho conhecido do brasileiro na hora das compras: o cartão de crédito. 

Uma pesquisa realizada em abril, pelo Serasa, identificou que 47% dos brasileiros têm quatro cartões ou mais para os pagamentos a prazo. Os gastos com alimentação e supermercados lideram a lista de pagamentos feitos no crédito, com 17%. Em seguida aparecem farmácia (15%), eletrodomésticos (13%), roupas (10%), viagens (12%), móveis (9%) e pagamentos de boletos (7%). 

Na avaliação do diretor de Regulação do Banco Central, Otávio Damaso, mesmo com o sucesso e consolidação do Pix, não há deslocamento das operações com os cartões de crédito para os pagamentos instantâneos. "As duas ferramentas continuam bastante utilizadas", afirmou Damaso nesta quarta-feira. O diretor ainda afirmou que foi verificada uma expansão de transações. "Com a facilidade do Pix, houve mais um processo de inclusão do que de reacomodação."

A percepção de Damaso é refletida também pelo economista e sócio da Atrio Investimentos, Gustavo Vaz. O especialista explica que o uso das duas ferramentas de pagamentos são complementares, mas com perfis diferentes. “Enquanto o Pix é mais utilizado para transações em que você já tem caixa e precisa de uma transferência com rapidez, o cartão de crédito historicamente tem uma propensão maior a produtos mais caros. Você compra agora, mas dilui os pagamentos”, atesta. 

Vaz ainda afirma que a inflação severa enfrentada pelos brasileiros, alçada em 11,89%, também tem relação com a manutenção das compras a prazo. “É um fator que impulsiona, mas não necessariamente ajuda porque a pessoa precisa ter uma certeza de que vai ter um fluxo de caixa futuro para conseguir pagar a fatura do cartão”, citou Gustavo ao lembrar a instabilidade no mercado de trabalho formal no país que resulta em mais de 10 milhões de desempregados. 

A percepção observada pelo Banco Central e especialistas é confirmada nas ruas, com a população dividindo os gastos entre as duas modalidades. A analista de faturamento Lidiane Gonçalves Silva, de 27 anos, afirma que o uso do crédito ainda é interessante independente do que se pretende comprar . “O Pix é só se tiver algum desconto muito bom. No crédito as compras vão acumulando pontos e dá para ter algum benefício sobre isso”, explicou. 

Já para o gestor de frotas Wallisson Leite Carvalho, também de 27, o Pix se tornou ferramenta de primeira hora. “É melhor porque você o dinheiro que está na conta, acaba gastando o que tem”, afirma. Os pagamentos instantâneos, conta, são utilizados em compras em estabelecimentos como padarias e açougues, além de transferências para familiares e amigos. 

“O crédito é realmente só para as coisas mais caras, que preciso parcelar. Mas é preciso equilíbrio, maturidade, senão você se lasca”, acrescentou.

(*Com informações da Agência Estado)

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