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Encontro na Unicamp une etnias e busca fortalecer movimento estudantil indígena nas universidades

Por Redação

26/07/2022 às 21:26:41 - Atualizado há
Evento recebe cerca de 2 mil estudantes com programação cultural e debates de conscientização. Número de alunos indígenas na Universidade de Campinas subiu 71% em 3 anos. Encontro Nacional dos Estudantes Indígenas reúne estudantes na Unicamp

A formalização do movimento estudantil indígena é um dos objetivos do 9º Encontro Nacional dos Estudantes Indígenas (Enei), que começou nesta terça-feira (26) na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O evento reúne cerca de 2 mil estudantes de diversas etnias e busca ampliar a representatividade dos grupos no cenário nacional.

Sede da edição deste ano, a Unicamp aplica, desde 2018, um vestibular exclusivo para a comunidade indígena. Em 2019, primeiro ano com estudantes aprovados pela seleção específica, a universidade somava 64 matriculados.

Já em 2022, 110 estudantes indígenas ingressaram na estadual, o que representa aumento de 71,8%. O crescimento da participação no vestibular exclusivo foi ainda maior: 307%.

Um dos organizadores do Enei, Arlindo Baré avalia que o espaço é importante porque debate a permanência na universidade, tema que aborda as políticas sociais aplicadas para que os estudantes consigam frequentar as aulas e viver em Campinas.

"Paralelamente, nesse ano no Enei vai acontecer o primeiro encontro plurinacional de estudantes indígenas, que é a ideia de institucionalizar o movimento estudantil. A gente formalizar para que tenha uma representatividade melhor e mais forte. Mais organizada", completou Baré.

Os quatro dias de atividades serão preenchidos com programação cultural e de debates de conscientização. Intelectuais, ativistas e artistas indígenas vão participar.

"Para nós, acadêmicos indígenas, é muito importante esse espaço para poder interagir com outros parentes, mas também trazer as nossas lutas, as nossas demandas do território", afirma a estudante Aline de Souza da Silva.

Aline de Souza da Silva, estudante indígena da Unicamp

Pedro Santana/EPTV

"Nós temos que aprender, temos que estudar e levar nosso nome em frente da nossa etnia e do nosso povo", analisa Kamayurá Pataxó, da etnia pataxó.

Participação recorde

Os cerca de dois mil universitários de todo o Brasil que se inscreveram para esta edição representam um número recorde segundo a organização.

Entre os eventos, há debates, oficinas, simpósios temáticos e atividades culturais e formativas. Também estão previstas as lideranças indígenas e a participação do DJ Alok no Teatro Arena na quinta (28).

A agenda vai até sexta (29), confira a programação completa abaixo ou no site do Enei.

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Mídia Ninja/ Oliver Kornblihtt

O evento

O Enei é realizado desde 2013, quando ocorreu a primeira edição na Universidade Federal de São Carlos (Ufscar). O debate é necessário para que os saberes ancestrais sejam propagados e reconhecidos nas dinâmicas e problemas do mundo moderno, e seja enfatizado e cobrado o respeito à população indígena.

As atividades serão distribuídas em diversas áreas da universidade como o Restaurante Universitário, Ginásio Multidiciplinar e a Faculdade de Educação Física (FEF).

Serão trabalhados temas como: "Nosso corpo é político", "Pandemia e o genocídio dos povos indígenas: Estado Brasileiro no banco dos réus", "Indígenas- Mulheres, e os feminismos" e "Educação Escolar indígena diferenciada: derrubando os muros da colonialidade".

Vista aérea da Unicamp, em Campinas

Antoninho Perri/Ascom/Unicamp

26 de julho

7h às 8h30 - Café da manhã

7h30 às 8h30 - Credenciamento

9h às 10h - Ritual de abertura

10h10 às 12h - Abertura do IX Enei Unicamp

12h às 14h - Almoço

14h às 16h - Simpósios temáticos 1, 2, 3 e 4

16h20 às 18h20 - Simpósios temáticos 5, 6, 7 e 8

18h30 às 20h - Jantar

20h às 21h - Noite Cultural

Participantes do 9º Enei na Unicamp, em Campinas

Sofia Lisboa

27 de julho

7h às 8h30 - Café da manhã

9h às 10h - Ritual da para início da atividade

10h20 às 12h - Mesa redonda 3 sobre Marco Temporal

12h às 14h - Almoço

14h às 18h - Mini Simpósio Indígenas - Mulheres, e os feminismos

Educação Escolar indígena diferenciada: derrubando os muros da colonialidade

Literatura Indígena: as vozes da ancestralidade

Saúde coletiva e Indigena frente ao impacto da covid

13h às 15h - Roda de Conversa sobre Economia Criativa - evento simultâneo

15h às 19h - Oficina de Transmutação Têxtil

14h às 17h - Feira de Roupas e Artesanatos Indígenas

18h30 às 20h - Jantar

19h30 às 22h - Desfile Abya Yala Criativa

20h às 21h - Noite Cultural

Desfile de moda

Fórum do Meio Ambiente e Sustentabilidade

9h às 12h: Transição Energética: Energia renovável em comunidades remotas

14h às 16h: Circuito em Laboratório Vivo

14h as 18h: Apresentação Institucional

14h as 16h: Roda de Conversa

28 de julho

6h às 8h - Café da manhã

9h às 11h30 - Mesa Redonda 1 - Pandemia e o genocídio dos povos indigenas: Estado Brasileiro no banco dos réus

12h às 14h - Almoço

14h às 16h - Mesa Redonda 2 - Ancestralidade e resistência na luta contra o epistemicídio

16h às 18h30 - Roda de conversa DJ Alok e Célia Xakriabá

15h30 às 16h30 - Mesa redonda: Ancestralidade e resistência na luta contra o epistemicídio

18h às 19h - Jantar

20h às 21h - Noite cultural

Fórum de educação - atual cenário das políticas de permanência

9h às 12h - Educação Indígena: Política públicas para educação básica e superior

14h às 18h - Debate público: O atual cenário das políticas de permanência

29 de julho

7h às 8h30 - Café da manhã

8h30 às 10h30 - Plenária: União Nacional dos Estudantes Indígenas

10h30 às 12h - Votação da Unei e próxima sede do Enei

12h às 13h - Almoço

15h às 17h - Ato Político

18h às 20h - Jantar

20h às 21h - Festa de encerramento

Fórum da saúde dos acadêmicos indígenas

8h30 às 9h - Ritual de Abertura

9h às 12h - Conhecimento tradicional e conhecimento acadêmico: Valorização e reconhecimento da medicina tradicional indígena

14h às 17h - Saúde dos acadêmicos indígenas

17h às 17h40 - Oficina dos acadêmicos indígenas da área da saúde: Quais nossas experiências e expectativas na universidade?

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Fonte: G1
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