Candidato à Presidência pelo PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu mais detalhes sobre o plano do governo referente à reforma da tabela do imposto de renda, em entrevista no quadro Café com Política, no programa Super N 1, da Rádio Super 91,7 FM, do grupo O TEMPO, nesta quarta-feira (17).
"Eu tenho a ideia de que nós vamos ter que escolher uma faixa maior pra gente poder isentar de imposto de renda. Não é possível, hoje é R$ 1.900 que a pessoa está isenta. É preciso que a gente discuta outra faixa, fico pensando por volta de R$ 5 mil, até lá as pessoas não precisariam pagar imposto de renda", explicou o petista.
A reforma do imposto de renda é um dos projetos prometidos pela gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL) que não avançaram no Congresso Nacional. Atualmente, a proposta está parada no Senado.
"Vamos ter que discutir, porque na hora que fizer isso vai deixar de arrecadar uma quantidade enorme de dinheiro que vamos ter que dizer de qual outra fonte vamos tirar recursos. Não tenho pressa pra fazer isso porque eu ainda não ganhei as eleições. Quando eu ganhar e tomar posse, aí que eu vou discutir esse assunto", acrescentou Lula.
O ex-presidente também pretende reajustar a tabela do imposto de renda anualmente e cobrar impostos sobre lucros e dividendos.
"Agora o reajuste a gente vai fazer todo ano. Ora, se tudo se reajusta nesse país, por que a tabela do imposto de renda não pode ser reajustada para aqueles que vivem de salário? Então tem que ter reajuste e precisa colocar na cabeça que é preciso cobrar imposto de lucros e dividendos, que não se paga nesse país. Nós vamos querer uma nova política tributária nesse país", declarou.
No primeiro ato da campanha oficial, na terça-feira (16), em São Bernardo do Campo (SP), Lula encerrou seu discurso prometendo o reajuste da tabela do imposto. "A primeira medida que eu vou tomar quando eu ganhar as eleições é vir aqui dizer pra vocês que eu vou reajustar a tabela do imposto de renda", disse a uma multidão de operários da fábrica da Volkswagen, sindicalistas e estudantes de escolas técnicas.
Ainda na entrevista à Rádio Super FM, Lula comentou sobre a cerimônia de posse do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele disse que o seu maior adversário na disputa eleitoral deste ano, o presidente Bolsonaro, estava “muito incomodado” na solenidade, que ocorreu na noite da terça-feira, em Brasília.
“Bolsonaro estava muito incomodado ontem no TSE, porque ouviu tantas vezes a palavra democracia e críticas às mentiras. Era visível o desconforto”, disse o ex-presidente petista. “E eu compreendo isso, porque ele não gosta de democracia, e ontem foi um ato em defesa do Estado Democrático no Brasil”, ponderou Lula.
Assista a entrevista de Lula (PT) na íntegra:
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