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'Buscando alternativas', diz CIO de tecnologia da Stellantis sobre chips

Por Redação

17/08/2022 às 16:17:17 - Atualizado há

Com o objetivo de ter 20% da frota de carros já eletrificados no Brasil até 2030, o grupo Stellantis, que engloba a Fiat e outras 15 marcas, mira alternativas capazes de auxiliar na diversificação de fornecedores de matéria prima digital necessária para a produção de veículos. Além do prazo a ser cumprido no Brasil, onde o grupo tem a sua planta principal em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, também pesa o compromisso de ter uma cobertura de 100% da frota elétrica na Europa e 50% nos Estados Unidos até 2030.

Neste cenário, o conglomerado que reúne marcas como Peugeot, Citroen, Jeep e Ram também enxerga com preocupação a escalada das tensões entre China e Taiwan, dois pólos de produção mundial dos chips. Em entrevista a O TEMPO nas instalações de Betim, o CIO e líder de Transformação Digital da Stellantis na América do Sul, André Souza Ferreira, afirmou que a busca por alternativas não é uma realidade enfrentada apenas pela indústria automobilística.

Durante imersão para jornalistas nas áreas de engenharia tecnológica e operações do grupo, ele reforçou que a dependência de mercados asiáticos e outros grandes fornecedores de insumos digitais atinge a outros mercados, não ficando restrita só ao Brasil. “Todo e qualquer business quando se sente de uma certa forma estrangulado ou refém de um fornecedor, de uma estratégia muito direcionada, ele acaba buscando suas alternativas. A gente está falando muito dos microchips, os chips asiáticos. Mas por outro lado, você tem a produção de bateria. Qual é a matéria prima da bateria? Onde isso está distribuído?”, questiona Souza.

Neste sentido, o grupo Stellantis trabalha para implantar, em parceria com gigantes do mercado tecnológico, o chamado joint venture, até cinco fábricas de baterias de lítio. A princípio, conforme informações da empresa, as instalações serão na Alemanha, Estados Unidos, Itália e França. Uma das fábricas vai ser instalada em Kokomo, no Estado norte-americano de Indiana.

A operação, que pode chegar a um investimento de €2,9 bilhões, vai ser viabilizada junto à Samsung SDI, conforme anúncio feito em maio, para fornecer módulos de baterias para os automóveis produzidos nas fábricas norte-americanas da Stellantis. A meta é que os trabalhos no local sejam iniciados em 2025 com uma capacidade inicial de produção anual de 23 gigawatts-hora (GWh). Há espaço para uma expansão que possibilite chegar a 33 GWh.

“O setor automobilístico tem uma característica de ter uma cauda longa, um supply chain (cadeia de suprimentos) muito longo e sempre está buscando alternativas para não ficar dependente ou extremamente escravo de uma única fonte de suprimentos”, acrescenta André. O discurso vai de encontro ao que já havia sido declarado pelo presidente do grupo Stellantis para a América do Sul, Antonio Filosa, em julho, na apresentação de resultados do primeiro semestre.

Na ocasião, o CEO falou da missão de cumprir com as metas de descarbonização e eletrificação e avaliou que a crise relacionada à oferta de semicondutores ainda está longe de uma resolução. “Está tendo uma melhora, mas a solução mesmo é na segunda metade do ano que vem”, atestou Filosa.

Stellantis

Uma das principais fabricantes de automóveis do mundo, a Stellantis se posiciona no mercado como uma empresa que busca desenvolver soluções tecnológicas para a mobilidade. O grupo incorporou as marcas Abarth, Alfa Romeo, Chrysler, Citroën, Dodge, DS Automobiles, Fiat, Jeep®, Lancia, Maserati, Opel, Peugeot, Ram, Vauxhall, Free2move e Leasys.

No Brasil, atualmente, o grupo, por meio da Fiat, é líder de mercado com cerca de 22% do total de veículos que são fabricados no país.

Fonte: O TEMPO
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