A equipe da Prefeitura esteve presente na audiência pública, realizada no distrito de Miguel Burnier no dia 5 de outubro, com a participação da comunidade local e de representantes dos distritos vizinhos. A ação foi recomendada pelo Ministério Público e refere-se à Pilha de Disposição de Rejeitos (PDR) Sardinha e Linha de Rejeitos, e visa a adoção de uma nova tecnologia para disposição dos rejeitos da Gerdau-Açominas no Complexo Minerário do distrito.
A Gerdau busca o licenciamento ambiental junto à Secretaria de Estado Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD), e à Superintendência de Projetos Prioritários (SUPPRI), por meio do processo de licenciamento 567/ 2021. Durante a audiência, os estudos foram detalhadamente apresentados, divulgando as análises ambientais realizadas, servindo ainda para coletar e esclarecer dúvidas da sociedade.
Para o prefeito Angelo Oswaldo, o resultado do encontro foi importante para o amadurecimento das relações: "A partir de uma mineração bem organizada e inserida nos problemas da comunidade, no bom diálogo com o social, é possível verificar que há um bom entrosamento. Claro que há problemas e discussões, mas há uma convergência quanto ao desenvolvimento sustentável do Município de Ouro Preto, especialmente pela valorização de Miguel Burnier, com os recursos advindos da presença da Gerdau".
A vice-prefeita, Regina Braga também destacou que os resultados do encontro foram positivos, principalmente, porque aconteceu no território das comunidades impactadas: "Pessoas, sobretudo das comunidades de Miguel Burnier e do distrito de Lobo Leite se manifestaram, foi um momento de ouvir a população que será impactada pelo empreendimento, e isso é de extrema importância", disse ela.
Durante as apresentações foi informado que a implantação do projeto deverá absorver cerca de 80% de mão de obra local, o que implica na geração de empregos e aquecimento da economia local. Também foi salientado que a PDR foi elaborada para operar por 17 anos, garantindo tanto a segurança da comunidade do entorno quanto a operacionalidade do Complexo Minerário de Miguel Burnier.
Chiquinho de Assis, secretário de Meio Ambiente, informou que o Município está atento e cobrando da Gerdau os compromissos assumidos. Ele acrescentou ainda que o governo tem trabalhado com o lema da Justiça Tributária. Dessa forma, o retorno dos tributos do empreendimento aos cofres municipais também deverá vir acompanhado de retorno tributária para a região de Miguel Burnier. Ele reforçou também que a Secretaria de Meio Ambiente estará sempre à disposição dos interessados para encaminhar aos órgãos licenciadores todas as questões que julgarem necessárias.
Na audiência, as manifestações partiram dos representantes da população do distrito em questão e das demais localidades situadas no entorno do Complexo. As principais preocupações envolviam a qualidade das águas, a preservação dos recursos hídricos e das espécies da flora e fauna da região, e outros possíveis impactos sociais e ambientais. A população manifestou interesse conhecer detalhes sobre os impactos e benefícios que a implantação do projeto proporcionará aos moradores locais e na região do entorno do complexo Minerário.
De acordo com o Diretor de Mineração e Matérias-Primas da Gerdau, Wendel Gomes da Silva, a audiência foi bastante positiva e, sobre as manifestações apresentadas, ele disse que a Gerdau "acatará todas elas" e que, "independente da existência da audiência, a gente recebe e responde prontamente qualquer manifestação."
Além de autoridades locais e representantes das empresas envolvidas e das comunidades, a audiência pública em Burnier contou ainda com a participação de representantes da Fundação de Arte de Ouro Preto, FAOP, e da ADOP, a Agência de Desenvolvimento de Ouro Preto.