Relembre o caso
Em junho de 2014, o juiz afastado da Vara de Execuções Criminais de Juiz de Fora, Amaury de Lima e Souza, foi preso e conduzido para a sede da Polícia Federal (PF), em Belo Horizonte, sob suspeita de portar uma arma e munições de uso restrito. À época, as autoridades apuravam a relação dele com presos da Operação Athos, que resultou na prisão de 17 pessoas, 12 somente na cidade de Juiz de Fora, onde atuava o magistrado. A quadrilha de tráfico internacional faturava cerca de R$ 20 milhões por mês, segundo estimativas da polícia na ocasião. Em setembro do mesmo ano, um grupo de 22 pessoas foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por associação e tráfico internacional. Durante as investigações da PF foram encontradas várias sentenças assinadas pelo magistrado em favor de traficantes. A decisão que mais chamou a atenção foi um alvará de prisão domiciliar concedido para Álvaro Daniel, um dos acusados pelo MPF. A PF apurou que a droga vinha da Bolívia e passava pelo Paraguai, Triângulo Mineiro e interior de São Paulo antes de chegar à Zona da Mata de Minas. De Juiz de Fora, seguia principalmente para o Rio de Janeiro e o Nordeste. Segundo as investigações, o núcleo mineiro da quadrilha, radicado na cidade da Zona da Mata, usava agências de compra e venda de veículos para lavar o dinheiro obtido com o tráfico de drogas.Apreensão de bens avaliados em R$ 70 milhões
O poder econômico do bando pode ser ilustrado com as apreensões feitas pela PF durante a operação. Foram encontrados cinco aeronaves, um jet-ski, quatro lanchas, 11 imóveis e 14 veículos, vários deles de luxo. Todos os bens, segundo as investigações, valiam aproximadamente R$ 70 milhões.Estado de Minas