Casos de câmeras escondidas em apartamentos de aluguel para hospedagem vieram à tona após um casal denunciar que encontrou um dispositivo oculto em uma casa alugada a partir do Airbnb em Copacabana. Agora, investigações revelam que a exposição da intimidade dos hóspedes filmados em segredo pode ser ainda maior do que somente para os donos das câmeras e ser acessada por milhares de pessoas em grupos do Telegram.
Chats do aplicativo Telegram cobram de R$ 10 a R$ 20 por acesso a salas secretas com vídeos filmados sem autorização, conforme identificou reportagem do jornal “O Globo”. São imagens feitas em quartos de hotéis, motéis e banheiros. “Vídeos tirando a roupa, vestindo a roupa, transando, roçando, tudo natural”, diz o anúncio de um dos grupos, segundo o jornal. Em outro, as imagens são anunciadas como “flagrantes maravilhosos” e os acertos chegam a contar com quase 4.000 vídeos catalogados. Chats no Telegram, afirma “O Globo”, também ensinam formas de acessar ilegalmente sistemas de seguranças em casas de família para espionar.
Após o episódio do casal que descobriu uma câmera no apartamento em Copacabana, o Airbnb desativou o anúncio do apartamento e suspendeu o perfil do anfitrião “enquanto investiga o caso”. Apesar de já terem denunciado o proprietário à polícia, um dia depois de saírem do imóvel, o casal recebeu uma notificação do Airbnb afirmando que o homem estava cobrando R$ 10 mil por supostos danos ao apartamento.
As duas mulheres contaram que foram orientadas por atendentes da plataforma a não contestar a cobrança, sob promessa de que ela seria removida, o que não aconteceu até o momento. Ainda de acordo com elas, as únicas avarias feitas pelo casal estão ligadas às câmeras, como a remoção de um acrílico no banheiro, na busca por outros equipamentos espiões.
(Com Folhapress)