A Justiça determinou a prisão preventiva de quatro policiais militares de Guarujá, no litoral de São Paulo, após serem denunciados pela execução de um criminoso, de 19 anos, desarmado. Um vídeo, usado como prova contra os agentes, mostra que, após receber um pedido de ajuda do homem baleado, um PM disse para ele "morrer na moral", ou seja, sem incomodar. No áudio, captado pela câmera do uniforme de um dos policiais, e em análise pela Justiça, é possível ouvir o homem implorando para que fosse levado ao hospital.
"Por favor, senhor, me leva para o hospital", implorou o homem, logo após ser baleado pelo policial. Em resposta, o agente disse para que o jovem se acalmasse e terminou a frase: "morre na moral aí". Segundo informações do G1, quatro policiais são apontados como participantes da ação.
A situação voltou à tona agora, mas teria ocorrido no dia 15 de junho. No dia, três homens invadiram uma casa em Bertioga, no litoral de São Paulo, e roubaram um carro, dinheiro e objetos pessoais. Os criminosos foram perseguidos pela polícia em uma rodovia de Guarujá, também no litoral paulista.
Um dos assaltantes, de 33 anos, foi preso sem ferimentos. Porém, na sequência, um dos comparsas, de 19 anos, foi baleado três vezes pelos policiais. Ele, inclusive, é o que aparece nas imagens O terceiro envolvido, de 24 anos, foi encontrado foragido em uma favela. Ao ser localizado, ele teria levantado os braços , em sinal de rendição. Porém, mesmo assim, ele foi executado com sete tiros.
O caso foi arquivado pelo Ministério Público de São Paulo no dia 25 de junho, por considerar que os PMs agiram em legítima defesa. Porém, quando a Corregedoria da Polícia Militar resolveu investigar a ação dos policiais, encontrou uma série de ilegalidades cometidas pelos agentes, com auxílio das imagens registradas pelas câmeras operacionais que carregam no corpo. O MP não tinha visto as imagens quando arquivou o processo.
Quando as imagens vieram à tona, o MP apresentou nova denúncia contra os quatro policiais envolvidos. Segundo o MP, houve a execução do jovem de 25 anos, com sete tiros, mesmo após ter aparecido nas imagens com os braços erguidos, em sinal de rendição.
Haveria indícios também, segundo a denúncia, de obstrução das lentes das câmeras e simulação de agressão supostamente cometida pela vítima, que não estava armada. Uma arma de brinquedo também teria sido colocada em posse dos criminosos pelos policiais investigados.
O outro assaltante, o de 19 anos, teria sido atingido por um disparo durante a perseguição. Na sequência, ele teria sido abordado sem oferecer resistência e baleado novamente no peito por um dos PMs. A situação é investigada como tentativa de homicídio.
O TEMPO