As críticas nas redes, vale dizer, reverbera do fato de Gustavo Mendes ser apoiador do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). À convite do petista, ele concorreu ao cargo de deputado federal por Minas Gerais nas eleições de 2022, mas não conseguiu se eleger. “O Gustavo Mendes, o cara que só sabe imitar a Dilma, foi desapropriado pela classe oprimida! Ele ainda diz que parece que juiz de fora está largada. Vale lembrar que a prefeita de juiz de fora é petista. FAZUÉLI”, escreveu um internauta. Outro usuária, também ‘pedindo’ que o ator faça o 'L', destacou o fato de Gustavo ter dado apoio a Lula nas eleições.
Deputado estadual mais votado em Minas, Bruno Engler (PL-MG), correligionário de Bolsonaro, também usou o Twitter para comentar o caso. “O Gustavo Mendes (...) foi desapropriado pela classe oprimida! A culpa é dele que faz parte de uma classe média que ostenta! Espero que as vítimas que ‘justiçaram’ Gustavo não tenham machucado as mãos com a pedra!”, ironizou.
Entenda o caso
Conhecido nacionalmente por imitar a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), o artista publicou um vídeo em seu perfil oficial no Instagram na manhã desta quinta-feira (5/1), relatando que foi abordado por três pessoas durante essa madrugada na Itamar Franco (antiga Avenida Independência), na Região Central. Diante da negativa de entregar o celular, ele foi atingido com uma pedrada na cabeça. "Isso não é uma encenação. Eu estou um Juiz de Fora e sofri uma tentativa de assalto. Eu estava na Avenida Independência. Por volta das 2h da manhã, ao sair de um bar, sofri uma tentativa de assalto. Fui atacado por dois homens e uma mulher. Me agrediram, tomei pontos na cabeça e minha calça está cheia de sangue", desabafou.
Ator já foi alvo de processos de bolsonaristas
Além de ator, o humorista, natural da cidade de Guarani, é diretor de espetáculos teatrais e já foi alvo de processos impetrados por apoiadores do ex-presidente. No entanto, a
Justiça negou, em março deste ano, pedido de indenização por dano moral contra o humorista feito por dois espectadores que foram a um show do artista, em 2019, no município de Teófilo Otoni, na região mineira do Vale do Mucuri. Conforme a decisão judicial, “a sátira, ainda que ácida, deve ser protegida porque, no fundo, é da liberdade de expressão que se está cuidando”. À época, bolsonaristas que estavam na plateia ficaram incomodados com as críticas feitas pelo ator ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Logo, na ocasião, após ser hostilizado por cerca de 30 pessoas no Expominas da cidade, Gustavo pediu ao grupo que se retirasse em troca da devolução do valor pago pelo ingresso. Espectadores reagiram, e a discussão resultou no aumento da tensão, na paralisação do show e na saída espontânea de parte do público. “Posteriormente, o humorista incluiu uma referência jocosa à cidade em seu espetáculo. Diante disso, os espectadores ajuizaram ação contra o artista, pleiteando indenização por danos morais com base no constrangimento e na exposição sofridos”, explica o TJMG.