A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar a morte de uma criança, um menino, de apenas dois anos, Yan Henrique Almeida Cunha, ocorrida na madrugada desta segunda-feira (9/1), no Hospital do Pronto Socorro João XXIII (HPS), que foi internada em estado grave, com sinais de maus tratos.
Segundo o Boletim de Ocorrência (BO) da Polícia Militar, as agressões teriam ocorrido na casa do pai, MDRDS, de 34 anos, na Rua Geraldo Martins da Silva, 24, no Bairro Jacqueline, onde a criança tinha ido passar o final de semana com o pai.
Militares relataram que o pai teria saído para trabalhar e deixado a criança com sua namorada. Ao retornar, a criança tinha vários ferimentos, em especial na cabeça.
O pai o levou, então, para o Risoleta Neves. Lá, os médicos constataram que a criança tinha uma lesão na cabeça e escoriações no queixo. Durante o atendimento, a criança teve duas paradas cardíacas e foi necessária, para tentar salvá-la, a transferência para o HPS, onde veio a falecer. Os médicos relataram, ainda, que a criança estava com as mãos tortas e as pernas duras.
O pai relatou aos policiais que a criança já tinha esse quadro, quando retornou do trabalho e chegou em casa, no início da madrugada. Ele alega que tentou reanimar a criança, no entanto, como ela só ficava gemendo, decidiu levá-la ao hospital.
No trajeto da casa para o Risoleta Neves, a criança teria sofrido a primeira parada cardíaca. Depois de ser atendida neste hospital, os médicos optaram por sua transferência para o HPS.
As agressões, segundo suspeitam os policiais, teriam começado no sábado, pois o pai teria saído para cortar o cabelo e quando estava no barbeiro, recebeu um telefonema da namorada, BCDS, de 31 anos, contando que o menino havia caído e batido com a cabeça. A mulher contou que tinha dado um relaxante muscular, para que a criança se acalmasse.
Quando retornou para casa, a criança, segundo o pai, parecia estar normal, sendo que teria brincado com ela, antes de dar banho e o colocar para dormir.
Quando retornou ao trabalho, encontrou o filho no sofá, inconsciente. Perguntou, então, à namorada, o que havia acontecido. Esta teria se mostrado surpresa, tendo relatado que chegou em casa já viu o filho inconsciente no sofá.
Ele questionou a companheira, que se assustou, porque, segundo ela, o menino foi dormir com ela na cama. Disse-lhe que no almoço, uma panela de frango com quiabo teria caído no chão, que ficou engordurado. E que o menino teria escorregado e caído, batendo a cabeça, mas que este se aproximou dela pedindo colo, vindo a dormir, quando ela, então, o colocou no sofá.
A mãe do menino, revoltada, contou aos policiais, que há duas semanas o menino havia retornado da visita ao pai com hematomas e, também, que uma das vezes, tinha sangramento num dos ouvidos.
As investigações, por enquanto, segundo a Polícia Civil, apontam para agressões da namorada do pai e omissão deste.