O estudo mostra que as casas afetadas estavam localizadas em zona com possibilidade de deslizamentos, devido à amplitude dos cortes e à altura e declividade da encosta. "Havia cicatrizes de deslizamentos pretéritos no entorno da área de desastre, o que dava indicativo de risco para o local”, aponta trecho do relatório.
Além disso, foram identificados vários deslizamentos que mobilizaram solos, blocos de saprólito e vegetação de médio a grande porte, que atravessaram a estrada e atingiram as moradias. A equipe do SGB-CPRM esteve no local de 27 a 30 de dezembro, junto à Defesa Civil Municipal e à Prefeitura de Antônio Dias, com o objetivo de mapear as áreas de risco da região. Antônio Dias está entre os 195 municípios já avaliados pelo órgão para a identificação e classificação das áreas de risco geológico. A região possui 45 áreas classificadas em risco alto e muito alto a movimentos de massa, inundações, enxurradas e processos erosivos. Após mapeamento do estado, foram identificadas 2.697 áreas de risco, afetando mais de 500 mil pessoas. O resultado coloca Minas Gerais como o segundo estado brasileiro com mais áreas de risco, ficando atrás apenas de Santa Catarina.
Avaliação de áreas de risco em Antônio Dias
O SGB-CPRM publicou, em 2017, um estudo para reconhecimento de áreas de risco no município de Antônio Dias. À época, foi constatado que a principal causa das áreas de risco era a expansão desordenada da urbanização, junto à geomorfologia da região. Os pesquisadores identificaram casas em áreas mais íngremes, “com infraestrutura deficiente e emprego de materiais de baixa qualidade e utilização de técnicas construtivas inadequadas.”
Estado de Minas