Na madrugada do domingo de Natal (25/12),
um talude desabou em cima de quatro casas no povoado de Vila do Carvalho, na zona rural do município. Chovia muito no momento do desabamento. Quatro pessoas morreram no desabamento. As irmãs Marli Custódio dos Santos, 51 anos, e Aparecida de Fátima, de 54, a jovem Bruna, de 18, e o adolescente Luan, de 12.
O estudo mostra que as casas afetadas estavam localizadas em zona com possibilidade de deslizamentos, devido à amplitude dos cortes e à altura e declividade da encosta. "Havia cicatrizes de deslizamentos pretéritos no entorno da área de desastre, o que dava indicativo de risco para o local”, aponta trecho do relatório.
Além disso, foram identificados vários deslizamentos que mobilizaram solos, blocos de saprólito e vegetação de médio a grande porte, que atravessaram a estrada e atingiram as moradias.
A equipe do SGB-CPRM esteve no local de 27 a 30 de dezembro, junto à Defesa Civil Municipal e à Prefeitura de Antônio Dias,
com o objetivo de mapear as áreas de risco da região. Antônio Dias está entre os 195 municípios já avaliados pelo órgão para a identificação e classificação das áreas de risco geológico. A região possui 45 áreas classificadas em risco alto e muito alto a movimentos de massa, inundações, enxurradas e processos erosivos. Após mapeamento do estado, foram identificadas 2.697 áreas de risco, afetando mais de 500 mil pessoas. O resultado coloca Minas Gerais como o segundo estado brasileiro com mais áreas de risco, ficando atrás apenas de Santa Catarina.
Avaliação de áreas de risco em Antônio Dias
O SGB-CPRM publicou, em 2017, um estudo para reconhecimento de áreas de risco no município de Antônio Dias. À época, foi constatado que a principal causa das áreas de risco era a expansão desordenada da urbanização, junto à geomorfologia da região. Os pesquisadores identificaram casas em áreas mais íngremes, “com infraestrutura deficiente e emprego de materiais de baixa qualidade e utilização de técnicas construtivas inadequadas.”