O ponto entre as ruas Pará de Minas e Olinto Magalhães, de trânsito intenso e grande fluxo de ônibus na Região Noroeste da capital, costumava ser uma via de mão dupla entre as duas ruas principais, além de um caminho para o aeroporto Carlos Prates e o Hospital Alberto Cavalcanti.
De acordo com moradores, a interdição do ponto aconteceu após uma votação entre os vizinhos, organizada pela BHTrans, e que teve resultado favorável à intervenção no trânsito. No entanto, cinco meses após a mudança, não houve qualquer indício de que a obra de construção da praça sairia do papel.
Questionada pela reportagem, a PBH disse que o fechamento da via será reavaliado por equipes da BHTrans. A prefeitura, porém, também afirma que a praça da Rua Bartolomeu de Gusmão encontra-se em fase final de revisão, etapa anterior à abertura de um processo licitatório para realização das obras.
O que dizem moradores da região
O cenário de indefinição se repete entre moradores e trabalhadores da região. Naiara Cristina mora e trabalha na rua e se divide em relação aos impactos do fechamento da via.
“Para o comércio foi ruim, fecharam e não deram satisfação. Eu tinha uma casa de rações aqui, e ela foi bem afetada. Eu já tinha o projeto de fechar a loja e, com a interdição e a queda no movimento, ele foi antecipado. Meu pai tem uma oficina de carros na rua há mais de 30 anos e reclamado bastante. O fluxo de clientes diminuiu, o pessoal fica confuso com a sinalização”, conta.
Naiara, no entanto, aprova a construção da praça e até avalia positivamente a interdição da rua nos últimos meses. “Para os moradores é ótimo, tudo mais calmo, até meu filho pode brincar, ficamos tranquilos na calçada”.
O empresário Júlio César Bacelar é morador da região, mas não aprova a interdição da rua e a construção da praça. Ele argumenta que os arredores já contam com a Praça Tejo no quarteirão vizinho e que o trânsito fica comprometido sem a Rua Bartolomeu de Gusmão.
“Eu rodo bastante pela região e percebo que o trânsito ficou bem pior. Eu, por exemplo, quando saio de casa, agora sou obrigado a pegar a Pará de Minas, que está sempre movimentada. Além disso, o povo usava a rua para desviar e acessar o Anel Rodoviário e a Praça São Vicente. Já temos uma praça na região, não vejo essa mudança como algo viável em momento algum”, protesta.