O estado lidera a lista por dez anos consecutivos e o número de 2022 é o maior desde 2013, quando 1.132 pessoas foram resgatadas em condições análogas à escravidão. Em média, de acordo com dados do ministério, 500 trabalhadores são encontrados nessa situação em Minas na última década.
Neste sábado, 28 de janeiro, é lembrado o Dia Nacional do Combate ao Trabalho Escravo, data instituída em homenagem aos
fiscais assassinados na Chacina de Unaí, Noroeste de Minas, em 2004.
Entre as 462 ações de fiscalização realizadas no Brasil no ano passado, a que encontrou mais trabalhadores em situação de exploração também aconteceu em Minas Gerais. Em Varjão de Minas, no Alto Paranaíba, 273 pessoas foram resgatadas em uma fazenda de cana-de-açúcar. Ao todo, no país, foram resgatados 2.575 pessoas em contexto semelhante ao da escravidão.
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Empresária é multada em R$ 260 mil por trabalho escravo em Minas O número de trabalhadores resgatados só na fiscalização feita em Varjão de Minas já é superior ao total de casos no segundo estado da lista, Goiás, que teve 271 pessoas encontradas em situação análoga à escravidão em 2022. Na sequência, fechando a lista com mais de 100 ocorrências, vem o Piauí, com 180; Rio Grande do Sul, com 156; São Paulo, com 146; e Mato Grosso do Sul, com 121.
No total, foram feitas 462 fiscalizações no país, sendo 32% delas feitas pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM). As ações alcançaram um total de mais de R$ 8 milhões em indenizações. Além disso, 1.122 trabalhadores alcançaram a formalização de contratos de trabalho, com o recolhimento de mais de R$ 2,8 milhões a partir do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Perfil dos trabalhadores
De acordo com levantamento do Ministério do Trabalho e Previdência, 92% dos trabalhadores resgatados eram homens, 29% destes com idade entre 30 e 39 anos. 35 crianças e adolescentes foram resgatados no ano passado.
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Trabalho análogo à escravidão: operações resgatam 207 pessoas em MG Em relação à raça, 83% das pessoas encontradas em situação análoga à escravidão se autodeclaram negros ou pardos, 15% brancos e 2% indígenas.
Dos 2.575 trabalhadores resgatados, 148 eram migrantes de outros países, o dobro do registrado em 2021. Destes, 101 são paraguaios, 25 bolivianos, 14 venezuelanos, 4 haitianos e 4 argentinos.
A maior parte dos resgates, 73%, acontece na área rural, em plantações (especialmente de cana-de-açúcar, alho e café), na pecuária e na produção de carvão vegetal. No meio urbano, as ocorrências foram registradas na construção civil, restaurantes e confecção de roupas.
Denúncias de trabalho em condições análogas á escravidão podem ser feitas pelo
Sistema Ipê do Ministério do Trabalho e Previdência.