Para o diretor de Políticas de Turismo e Inovação da Belotur, Marcos Boffa, a cidade está muito bem servida em oferta de bares e restaurantes, mas precisa haver uma evolução nos estabelecimentos. “Para a gente dar esse passo na direção de se tornar um destino turístico gastronômico tem que ser, também, pela qualificação da oferta. Quanto mais qualificada ela for, mais ela terá outros nichos para atender”, disse.
Desse número exorbitante de estabelecimentos, pelo menos 14 mil são bares e o restante da maioria é composto por restaurantes, lanchonetes e sorveterias. As atividades gastronômicas estão espalhadas pela cidade, mas a região Centro-Sul ainda tem a maior concentração, com 14,9% dos estabelecimentos. O principal bairro é o Centro, com 3,26%.A pesquisa ainda destacou a preferência dos entrevistados pela gastronomia mineira, sendo ela a favorita tanto para os moradores 50,4%, quanto para os visitantes (34,67%). Os resultados ainda mostram que os bares belo-horizontinos continuam seduzindo turistas e moradores locais.
Cidade Criativa da Gastronomia
A gastronomia belo-horizontina e seus atrativos, com o passar dos anos se tornaram uma aposta estratégica da Belotur. Em 2019, essa aposta rendeu à capital mineira o título de Cidade Criativa da Gastronomia pela Unesco, o que também parece ser reconhecido por 64,49% dos entrevistados que destacam a qualidade dos pratos típicos mineiros servidos nos estabelecimentos da cidade.Para alimentação de lazer, aquela que foge do cotidiano e é ponto de encontro entre amigos e familiares, os bares (26,9%) e restaurantes a la carte (26,07%) ganharam a preferência entre os entrevistados pela pesquisa. Já para a alimentação de rotina, a maioria dos entrevistados ainda preferem os clássicos restaurantes self-services.
“A gastronomia mineira que se expressa em Belo Horizonte é um atrativo quase incontornável. Qualquer viajante que vem a Minas pensa em comer um pão de queijo, tomar uma cachaça, comer um feijão tropeiro, frango com quiabo. Esse ecossistema de bares e restaurantes de BH acaba se construindo como um atrativo a mais”, afirmou Marcos Boffa.
Intercâmbio de experiências
Agora como Cidade Criativa da Gastronomia, BH precisa manter o intercâmbio de experiências e cases de sucesso, atraindo turistas para a cidade, visando fortalecer ainda mais a capital como referência gastronômica. “A economia criativa da gastronomia em Belo Horizonte é muito significativa. Somos uma cidade de serviço e o nosso projeto de desenvolvimento econômico tem que considerar essas economias como um potencial para o futuro da cidade”, destacou Marcos.O diretor da Belotur ainda ressalta que o impacto da gastronomia na economia criativa reforça a necessidade da qualificação no setor e a importância de se ter uma oferta inclusiva. “Não dá para falar só da alta gastronomia sem considerar que temos pessoas em situação de fome”, completou.Os resultado das pesquisas de hábitos gastronômicos e a análise da economia criativa foram apresentados pela Belotur no encontro da rede brasileira de cidades criativas da Unesco, que ocorreu em João Pessoa, na Paraíba, nesta sexta-feira (17/3), e teve como objetivo debater ações e programar as atividades em cooperação que serão empreendidas pelas cidades criativas no Brasil em 2023.
Ao todo 12 municípios possuem o título de cidade criativa: Belém (PA), Florianópolis (SC), Paraty (RJ) e Belo Horizonte (MG), no campo da gastronomia; Brasília (DF), Curitiba (PR) e Fortaleza (CE), em design, Recife (PE) e Salvador (BA), no campo da música; João Pessoa (PB), na área do artesanato e artes populares; Santos (SP) no campo do cinema e Campina Grande (PB), no campo das artes midiáticas.
*Estagiário sob supervisão do subeditor Diogo Finelli
Estado de Minas