Cerca de 200 funcionários, empresários e alunos protestaram aos gritos de “Fica Prates”. Eles alegam que 500 pessoas ficarão desempregadas, 15 empresas deixarão de existir, cinco escolas vão interromper suas aulas e centenas de alunos não poderão retomar seus estudos se as atividades no local forem encerradas.
"O grande objetivo desta manifestação é mostrar para as pessoas o que é o Aeroporto Carlos Prates. Talvez até por culpa nossa, as pessoas não entendem o que acontece aqui dentro. Não é um lugar onde alguns empresários ricos têm seus aviões. São alunos que estão tentando realizar seus sonhos, pessoas que são apaixonadas pela aviação e tiram seu sustento, que a vida inteira sonharam em estar perto de um avião", declarou o presidente Associação Voa Prates, Estevan Velasquez.
O instrutor de voo Thobias Brusius também lamentou o encerramento da escola. "Essa decisão para nós é um absurdo. De uma hora para outra, vai tirar o trabalho de 500 pessoas aqui. Tem uma empresa aqui e não tem nenhum lugar para ser realocada, então, basicamente, ela vai encerrar as atividades", ponderou.
Já o aluno do curso de piloto privado Pedro Henrique Penna, de 18 anos, revelou que faltam duas semanas para concluir os estudos, mas que isso não será possível com o fechamento do local. "É difícil porque não tem outro lugar para ir. O de Pará de Minas é longe para deslocar porque eu trabalho. BH só tem esse aeroporto de instrução", explicou.
Acidentes, fechamento e incertezas
O Carlos Prates, segundo aeroporto mais movimentado de Minas Gerais, voltou para o centro de uma polêmica que se arrasta há anos depois de
uma aeronave cair sobre duas casas no bairro Jardim Montanhês, na Região Noroeste de BH, em 11 de março. A discussão sobre o fechamento do aeroporto foi retomada.
Três dias depois do acidente que vitimou o piloto da aeronave, o prefeito de BH, Fuad Noman (PSD), anunciou que o
Aeroporto Carlos Prates será fechado definitivamente em 31 de março, segundo decisão do Ministério dos Portos e Aeroportos.
No dia seguinte, em entrevista ao Estado de Minas, Noman revelou um
estudo de ocupação do terreno do aeroporto. O projeto deve incluir quatro partes e o investimento previsto é de R$ 500 milhões. No local seriam construídas escola, moradias populares e unidades de saúde.
O prazo curto para a desativação do local é motivo de apreensão de empresários, funcionários e alunos.
Já moradores dos bairros vizinhos ao aeroporto têm opiniões diferentes sobre a decisão.