Nas ocorrências de roubo, embora o quantitativo seja menor, as consequências costumam ser ainda mais graves, pois os criminosos obrigam as vítimas a desbloquear seus aparelhos e a acessar aplicativos de transferência de quantias ou mesmo a fazer Pix via apps de bancos. Quando os furtos ocorrem com o celular desbloqueado, também podem resultar no acesso a plataformas que possibilitam desvios de valores.
O advogado Afonso Morais, especialista em recuperação de crédito e fraudes digitais da Morais Advogados, afirma que o primeiro passo após ter o smartphone levado por ladrões é entrar em contato com o banco, a operadora telefônica e em seguida registrar um boletim de ocorrência em uma delegacia ou até mesmo de forma digital, nas plataformas de delegacia eletrônica (veja quadro). Em Minas Gerais, há um sistema gratuito de bloqueio de linhas chamado Cbloc, que pode ser acionado pelos sites www.cbloc.seguranca.mg.gov.br e www.seguranca.mg.gov.br.
A agilidade em bloquear as contas em caso de suspeita de uso de aplicativos de pagamento para desviar valores das vítimas é essencial. “Se você caiu em um dos golpes praticados por criminosos, é preciso entrar em contato com o banco para fazer um pedido de bloqueio preventivo em até 30 minutos, durante o dia, e uma hora, durante a noite. Assim, o dinheiro fica retido por até 72 horas e as duas partes são notificadas”, afirma o especialista.
“Essa medida permite que a instituição que detém a conta do usuário pagador efetue um bloqueio preventivo. Também é possível que a própria área de compliance do banco avalie e retenha os valores de transferência em casos de suspeita de fraude, movimentação atípica, notificação do bloqueio do pagador e transferência de valor muito elevado que fuja do perfil do pagador, entre outras análises. A opção permite que a instituição realize uma análise mais cautelosa, liberando a transferência nesse prazo ou estornando para o pagador em caso de fraude”, afirma.
Senhas vulneráreis
Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), quando os criminosos têm acesso ao celular já desbloqueado podem fazer pesquisas no aparelho, buscando por senhas eventualmente armazenadas pelos próprios usuários em aplicativos e sites. De posse dessas informações, procuram ingressar em aplicativos bancários.Por esse motivo, a federação recomenda manter o celular no nível máximo de proteção, para evitar qualquer situação inesperada. O usuário deve ter uma senha de acesso ao aparelho celular e não deve anotar dados pessoais e senhas em blocos de notas, e-mails ou conversas, nem salvar dados de cartões bancários quando fizer compras on-line. A Febraban também sugere nunca usar os recursos de “lembrar” ou “salvar senha” em navegadores e sites, além de não repetir a senha utilizada para acesso ao banco em quaisquer outros aplicativos, sites de compras ou serviços na internet.
Foi roubado ou furtado?
O que fazer para não ser vítima de transferências financeiras1 - Comunique imediatamente ao banco e à operadora de telefonia para que ocorra o bloqueio das contas2 - Registre um boletim de ocorrência presencial ou virtual (em Minas Gerais: https://www.mg.gov.br/ servico/registrar-boletim-de-ocorrencia). A polícia pode bloquear o aparelho pelo serviço Cbloc3 - Durante o dia, sua conta PIX pode ser bloqueada em 30 minutos ou em uma hora durante a noite4 - Troque todas as senhas dos aplicativos que rodavam no celular5 - Faça uma limpeza de dados remota por meio dos sites da Apple ou Google, dependendo do seu sistema operacional6 - Dúvidas sobre bloqueio ou desbloqueio de celular: 0800 283 0190. Atendimento 24 horas
Bloqueie
Atitudes que dificultam a utilização indevida de aplicativos1 - Mantenha o aparelho sempre bloqueado2 - Prefira sempre a verificação em dois ou mais estágios para aplicativos3 - Não salve senha de forma automática ou em espaços de notas do aparelho
Fontes: Banco Central, Febraban, Morais Advogados
Estado de Minas