Belo Horizonte começa a aplicar nesta terça-feira (2/5) a vacina bivalente contra a COVID-19 para pessoas acima dos 18 anos, conforme orientação do Ministério da Saúde.
Belo Horizonte começa a aplicar nesta terça-feira (2/5) a vacina bivalente contra a COVID-19 para pessoas acima dos 18 anos, conforme orientação do Ministério da Saúde. O imunizante está disponível em 152 centros de saúde da capital e em três postos extras para aqueles que já têm pelo menos duas doses da vacina aplicadas.
A vacina bivalente é a aposta do poder público para frear uma possível nova escalada de internações por COVID-19, já que ela oferece proteção contra mais de uma cepa do vírus. É como se duas vacinas fossem aplicadas ao mesmo tempo, por conter uma mistura de cepas do coronavírus – a original e as subvariantes Ômicron BA.4 e BA.5.
A campanha de vacinação da bivalente foi iniciada em fevereiro na capital mineira para o público de risco: idosos maiores de 80 anos e imunossuprimidos com mais de 12 anos, conforme orientação do calendário do Ministério da Saúde. Ao longo dos três meses seguintes, a imunização seguiu a ordem prioritária pela idade e estagnou no público acima de 60 anos.
“Apesar da pandemia ter acabado, a infecção pelo coronavírus continua e a bivalente é uma vacina que pega mais cepas e vai nos ajudar a combater mais do que as vacinas monovalentes. Ficou evidente para toda população científica como para a comunidade que a vacina foi um grande avanço que nos ajudou a controlar o coronavírus. Então, acredito que essa nova etapa vai nos ajudar a impedir que voltemos a ter uma pandemia”, ressalta a secretária municipal de Saúde de Belo Horizonte, Cláudia Navarro.
BAIXA ADESÃO Das 2.521.564 de pessoas residentes em Belo Horizonte, 89,4% receberam a segunda dose da vacina monovalente contra a COVID-19 (requisito necessário para receber a vacina bivalente). A informação é encontrada no último boletim epidemiológico disponibilizado pela PBH na quarta-feira (26/4).
Além disso, dois meses após a vacinação bivalente ter sido disponibilizada em Minas Gerais, a cobertura indica baixa adesão ao reforço. O público estimado para receber a bivalente em BH é de 485.797 pessoas e a cobertura, ainda abaixo dos 30%, significa que mais de 340 mil moradores da capital poderiam ter completado o calendário vacinal, mas ainda não o fizeram.
Leia mais: O que é e como funciona a vacina bivalente?
Apesar disso, a secretária está otimista com os esforços da prefeitura e alerta: “É muito importante deixar para a sociedade que a importância da vacina é reconhecida cientificamente. É uma vacina segura e agora que o poder público está com maior disponibilidade das vacinas, contamos com a participação de todos para que procurem os postos de vacinação e atualizem seus cartões”.
SUFICIENTE No comunicado da prefeitura de Belo Horizonte, é informado que o município não dispõe de estoque suficiente para a vacinação de todo o público elegível entre 18 e 59 anos, que são 1,2 milhão de pessoas. Atualmente, a capital mineira conta com 104 mil doses da vacina bivalente disponível.
A secretária Cláudia Navarro esclareceu que ainda não há previsão de quando o governo federal deverá mandar novas doses da vacina bivalente. “O Ministério da Saúde é que faz a distribuição das vacinas pelas secretarias estaduais de saúde e temos tido um aporte de um número muito grande de doses, o que tem permitido que a gente tenha esse avanço na vacinação. Ainda não sabemos quando receberemos novas doses, mas estamos otimistas que não vão faltar doses por muito tempo para que possamos completar os esquemas vacinais da sociedade”, ressalta. “As medidas tomadas são os esforços, junto ao Ministério da Saúde, que tem sido um grande parceiro e tem nos enviado muitas doses das vacinas”, acrescenta.
Para receber a vacina é preciso ter concluído, pelo menos, o esquema primário completo de duas doses com as vacinas monovalentes (Coronavac, Astrazeneca ou Pfizer), respeitando o intervalo mínimo de 4 meses da última dose. Vale ressaltar que não há contraindicação em tomar, no mesmo dia, a vacina bivalente e outros imunizantes, como a vacina contra a gripe.
» Ter a partir de 18 anos.
» Ter concluído, pelo menos, o esquema primário completo de duas doses com as vacinas monovalentes, respeitando o intervalo mínimo de 4 meses da última dose de vacina contra COVID-19 monovalente recebida.
» A população que comparecer aos postos de saúde para receber a aplicação da vacina bivalente precisa apresentar um documento de identidade com foto e CPF, além do cartão de vacinas e não ter tido coronavírus com início de sintomas nos últimos 30 dias.
» A prefeitura ainda solicita um cadastro em um centro de saúde para a vacinação, que pode ser realizado no momento em que o usuário chegar à unidade. Este é um procedimento de rotina exigido pelo Ministério da Saúde para o registro de doses aplicadas no município e que as informações sejam incluídas no Conecte SUS, plataforma digital do governo federal.
» A vacina pode ser tomada nos 152 centros de saúde, distribuídos em todas as nove regionais da capital mineira e nos pontos extras. Os endereços e horários de vacinação devem ser verificados no portal da prefeitura.
» Faculdade UNA (Centro-Sul) – Rua dos Aimorés, 1.451, Lourdes. Funcionamento das 8h às 16h
» Faculdade Universo (Nordeste) – Rua Paru, 762, Nova Floresta. Funcionamento: segunda a sexta-feira, das 8h às 12h; entretanto, nas próximas segunda, quarta e quinta o atendimento será das 13h às 17h
» Centro Universitário UNI-BH (Oeste) – Rua Líbero Leone, 259, Buritis. Funcionamento das 9h às 16h
Dirceu Greco, infectologista e professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) reforça a importância da vacina bivalente. “É fundamental que todos atendam ao chamado. A única diferença da vacina bivalente para as demais é que são dois antígenos e, seguramente, fará mais efeito. Sem medo. Todas as reações são conhecidas. Uma dor no local da injeção, dor muscular, uma dor de cabeça, nada preocupante. A vacina é segura e eficaz, é o que todos têm de saber e acreditar”, comenta.
O especialista admite que é difícil convencer as pessoas, mas destaca que a conscientização é fundamental. “É preciso entender que toda imunização cai, reduz com o tempo, e a maior parte da população que foi imunizada corretamente, seguindo toda a orientação dos profissionais de saúde, já tem um ano que tomou a terceira dose.”
Dirceu Greco aconselha: “Vá valorizar o SUS, não espere ser obrigado a tomar, é um direito seu. E, para quem tem medo, basta lembrar que, se está vivo hoje, é porque tomou ao menos 15 vacinas no passado. As pessoas podem até ter reações, mas são contornáveis, sem problema. O importante é tomar a vacina e se proteger”, recomenda o infectologista.