O júri afirmou que o prêmio foi dado ao Brasil "por uma exposição de pesquisa e intervenção arquitetônica que centraliza as filosofias e imaginários da população indígena e negra na procura de modos de reparação".
"Muito obrigada, povos indígenas", disse Gabriela de Matos, fazendo o agradecimento em português quando subiu ao palco para receber o prêmio. A arquiteta é de Belo Horizonte, graduada na PUC Minas.
Já Paulo Tavares se disse surpreso com o prêmio e afirmou que o projeto “Terra” reflete o que se passa no Brasil, em particular com os povos indígenas, "num momento de reconstrução", porque "são eles que mantêm a terra unida". "Trata-se de reparação, restituição, reconstrução. Trata-se de reconhecer outras formas de conhecimento, outras formas de arquitetura que, como dizemos no pavilhão, se tornaram centrais para enfrentar a crise climática global e podem nos ensinar outra forma de relação com a terra", declarou ele.
A cerimônia marcou a abertura da 18ª edição da Bienal de Arquitetura de Veneza, que vai até o dia 26 de novembro, e conta com pavilhões de 64 países. Também são 89 arquitetos e escritórios de arquitetura – a maioria da África e da diáspora africana – apresentando ideias e projetos. O tema deste ano é “O Laboratório do Futuro”, com curadoria de Lesley Lokko.
Estado de Minas