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Dengue: Minas já ultrapassa 160 mil casos e 90 mortes

Em uma semana, 17.


 Desde o último informe, na última segunda-feira (15/5), 17 novos óbitos em decorrência da doença foram registrados. Conforme o Governo de Minas, até o momento, 96 pessoas morreram. 
As mortes aconteceram em onze municípios mineiros: Boa Esperança, Felício dos Santos, Itaú de Minas, Iturama, Juiz de Fora, Lavras, Monte Carmelo, Passos, São Sebastião do Paraíso, Uberaba e Uberlândia. Sendo essa última, a com maior mortalidade, com 10 óbitos, desde o início do ano. 
Na última semana, um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontou o ressurgimento do sorotipo 3 do vírus da dengue no país. O tipo do vírus não era causador de epidemias há mais de 15 anos, o que acende alerta quanto ao risco de um novo surto da doença causada pelo sorotipo viral, considerado um dos causadores de infecções mais graves. Segundo o virologista professor da UFMG e presidente da Associação Brasileira de Virologia, Flávio da Fonseca, o tipo 3 da dengue estava apenas “escondido”, ou seja, ele circulava mas contaminava poucas pessoas. Ele explica que o “reaparecimento” acontece devido à vulnerabilidade da população para o vírus, tendo em vista que a última epidemia do sorotipo aconteceu em 2003. 
Além disso, Fonseca afirma que o vírus da dengue possui mais uma “complicação” que facilita a sua contaminação. Quando uma pessoa é contaminada por um tipo, por exemplo o dengue 1, caso em uma recontaminação o sorotipo seja diferente, mesmo possuindo anticorpos contra o vírus os sintomas poderão ser graves. No caso de recontaminação pelo sorotipo, os sintomas serão fracos, ou nem existirão. “É um fenômeno imunológico que acontece”. 
De acordo com o boletim epidemiológico da SES-MG, até o momento não há registro do sorotipo no Estado. Até o momento, as tipagens identificadas são da Dengue 1 e 2.

Belo Horizonte 

Na sexta-feira (19/5), a Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte informou que, até o momento, 4.957 casos da doença já haviam sido confirmados e outros 14.528 resultados estavam sendo investigados. O informe sobre a doença na cidade é divulgado semanalmente. 
Em abril, a Secretaria Municipal de Saúde confirmou a terceira morte em decorrência da contaminação pelo vírus. Outros dois óbitos pela contaminação da arbovirose já tinham sido confirmados na capital. Apesar de não fornecer informações sobre os pacientes, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que todos já tinham outras doenças que “contribuíram para complicações”. 

Epidemia cíclica 

O vírus da dengue se comporta por ciclos, ou seja, a cada três ou quatro anos há aumento e queda no número de contaminações. Quando analisamos os dados de BH, há três anos, em 2020, eram 3.147. Em 2019, chegou a 15.491 contaminados, apenas até a terceira semana de maio. 
O padrão se repete desde 2010, primeiro ano de registros da PBH. Em 2016, até maio, foram 67.102 casos. Dois anos antes - em 2013 - 24.980. Em 2010, 21.823. Além disso, durante os intervalos epidêmicos os casos até o quinto mês do ano não passaram de 3 mil - com exceção de 2011, quando foram registradas 4.857 contaminações. 
De acordo com o virologista professor da UFMG e presidente da Associação Brasileira de Virologia, Flávio da Fonseca, apesar de "assustador", as epidemias de dengue já são esperadas pelos pesquisadores, pelo menos enquanto não há vacinação em massa contra a doença. Ele afirma que a oscilação de períodos endêmicos acontece desde o primeiro caso registrado no país, em 1980. 
Por isso, assim como aconteceu em Pedro Leopoldo, outras cidades também estão sujeitas a decretos de emergência sanitária em decorrência da doença. Fonseca explica que, normalmente, a medida é tomada quando o sistema de saúde municipal, ou estadual, fica sobrecarregado e não consegue comportar o número de pacientes. No entanto, as epidemias podem ser “previstas” e as cidades preparadas para atender aos contaminados, sem que haja superlotação. 
“Embora seja assustador, a dengue tem essa característica e, como a gente ainda não tem uma vacina amplamente utilizada, e não existe remédio contra a dengue, a única forma de combate maciço é o controle do vetor, que a gente sabe que é muito ineficaz. a gente não consegue mais dar conta do Aedes Aegypti porque ele se distribui para todo lado, é muito difícil combater o vetor porque ele está muito bem adaptado ao ambiente urbano”, diz o especialista. 

Confira quais cidades mineiras já registraram óbitos em decorrência da dengue: 



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