Em agosto de 2021, o homem entrou com um processo pedindo a guarda da criança, mas teria dado à justiça um endereço no qual Stephanie não morava mais. Com isso, ela não foi citada para comparecer às audiências do processo. Além disso, a microempreendedora estava de mudança para Goiânia e alega que a justiça sabia da transferência.
Porém, em dezembro do mesmo ano, a justiça determinou que a guarda do menino deveria ser do pai. Mesmo sem poder dar a sua versão dos fatos, ela disse que entregou o menino aos cuidados do pai. Como não morava mais em Belo Horizonte conversava com o filho por videochamadas, mas disse que o menino era vigiado de perto pelo pai.
Avós pedem direito a visitação
Morando em outro estado, Stephanie conta que seus pais decidiram entrar com um pedido para ter direito a visitar o neto. Em abril deste ano, a justiça determinou que eles poderiam visitar o menino aos domingos de 15 em 15 dias. Porém, de acordo com a microempreendedora, os avós só conseguiram pegar o menino na primeira vez. Nas demais, foi preciso acionar a polícia para conseguir ver o neto.Mas, na manhã de ontem, não havia ninguém na residência. Os avós tentaram contato por telefone com o pai e familiares paternos e ninguém atendeu. Eles decidiram acionar a Polícia Militar e registraram um boletim de ocorrência, mas até agora não sabem do paradeiro da criança nem dos responsáveis legais por ela.
Agressão e antecedentes criminais
A mãe denuncia que em abril deste ano, o menino foi agredido pela madrasta. Ele teria sido espancado com uma colher de pau. A criança contou o ocorrido na escola e a diretora fez a denúncia no Conselho Tutelar. Stephanie diz que no documento, o pai alega que não sabia das agressões.Por causa do ocorrido, ele perdeu a guarda do menino que passou para a avó paterna. A justiça também determinou uma medida protetiva impedindo a madrasta de se aproximar da criança.
A microempreendedora conta ainda que o ex-companheiro responde a, pelo menos, 22 processos na justiça, entre eles pelos crimes de estelionato e falsidade ideológica. "Ele descumpre as medidas 'a torto e a direito' e nada acontece. Eu nunca me senti acolhida pela justiça", desabafa.
A reportagem do Estado de Minas entrou em contato com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) para saber o motivo da mãe nunca ter sido ouvida no processo que transferiu a guarda para o pai, além de por que os avós maternos não puderam ficar com a mesma após a agressão que o menino sofreu. Porém, até a publicação desta matéria, o TJMG não respondeu aos questionamentos.
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) também foi questionada sobre o paradeiro da criança. Em nota, a PCMG informou que tomou conhecimento do ocorrido e apura os fatos. A reportagem tentou contato ainda com a avó paterna da criança, que detém a guarda. Porém, o telefone dela está desligado. A advogada do pai, Jéssica Lage Alves, também foi procurada e também não atendeu. Stephanie diz que, desde ontem, tenta contato com vários familiares do ex-companheiro, mas todos os telefones estão desligados.
Estado de Minas