De acordo com a empresa, ainda há 400 funcionários nas minas CDS, que serão mantidos ou realocados em outras unidades. A suspensão do complexo em Santa Bárbara é temporária, mas sem previsão de volta. A AngloGold afirma que a unidade vinha operando "com resultados operacionais negativos e alto custo crescente. "Assim, mesmo após diversos estudos de alternativas, não houve cenário viável para a continuidade da operação neste momento", informou a mineradora, em nota.
O sistema de monitoramento de segurança e controle das minas ainda está em funcionamento. As obras de contrapilhamento na barragem de Santa Bárbara já haviam sido suspensas desde o dia 24 de março, porque não estavam dentro dos parâmetros de segurança da Agência Nacional de Mineração (ANM), apresentando rachaduras.
"As estruturas geotécnicas, como barragens e pilhas, continuarão a ser gerenciadas e monitoradas normalmente, conforme a legislação. Além disso, o projeto de descaracterização da Barragem de CDS II será mantido até a sua finalização. Todas as estruturas estão seguras e estáveis", complementa a AngloGold Ashanti.
No dia 1º de junho, foram constatadas novas rachaduras, devido à sobrecarga na barragem, elevando a situação da estrutura para a classificação de Nível de Emergência 1, de acordo com os parâmetros da ANM. De acordo com a mineradora, as trincas na barragem não têm relação com a suspensão das operação no Córrego do Sítio nem com as demissões no complexo.
A reportagem tentou contato com o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Extração do Ouro e Metais Preciosos de Santa Bárbara, mas não obteve resposta.
Leia a nota da AngloGold Ashanti na íntegra:
A AngloGold Ashanti anunciou a suspensão temporária da produção em Córrego do Sítio (CDS), em Santa Bárbara (MG). A unidade estava operando com resultados operacionais negativos e alto custo crescente ao longo dos últimos anos. Assim, mesmo após diversos estudos de alternativas, não houve cenário viável para a continuidade da operação neste momento. O processo de suspensão iniciado na quarta-feira (23/08) é temporário e será reavaliado de modo sistemático ao longo dos próximos anos.
É importante ressaltar que apenas a produção da unidade está suspensa. As atividades essenciais de monitoramento de segurança, controle ambiental, manutenção e conservação dos ativos, bem como monitoramento patrimonial, estão mantidas. As estruturas geotécnicas, como barragens e pilhas, continuarão a ser gerenciadas e monitoradas normalmente, conforme a legislação. Além disso, o projeto de descaracterização da Barragem de CDS II será mantido até a sua finalização. Todas as estruturas estão seguras e estáveis.
A empresa entende que desligamentos são sempre a última alternativa, por isso, realizou análise de todas as possibilidades de reestruturação e reaproveitamento interno de profissionais. CDS manterá equipes trabalhando para as atividades que serão continuadas. Além disso, outros empregados estão sendo realocados internamente. Infelizmente, ao final deste processo, cerca de 650 empregados tiveram seu contrato de trabalho encerrado. A empresa manteve cerca de 400 empregados que ficarão em CDS ou serão realocados para outras unidades.
Apesar da suspensão temporária da Operação Córrego do Sítio, a AngloGold Ashanti Brasil continua trabalhando firme por seus resultados em suas outras unidades no país, baseada em uma mineração responsável e sustentável. Ao todo, serão investidos mais de R$ 1 bilhão este ano e mais de 3,3 mil empregos continuam sendo gerados.
A AngloGold Ashanti ressalta que mantém seu compromisso com as obrigações de qualquer natureza, sejam legais, ambientais ou regulatórias.*Estagiária sob a supervisão do subeditor Fábio Corrêa