“Estamos enfrentando muitas dificuldades, pois o sindicato patronal só quer retirar direitos. Chegamos ao limite. Estão mexendo nas cláusulas que tratam da isonomia salarial e do adicional por tempo de serviço”, afirma Valéria Morato, presidente do Sinpro-MG, destacando que o adicional ao salário a cada cinco anos reflete não apenas um direito, mas a “dedicação” do professor.
“Também querem alterar o período de férias, modificando o mês de janeiro. Então, os professores entenderam que uma paralisação é necessária”, afirma. Conforme o sindicato, as férias vão até dia 31, mas há a intenção de reduzir para 24. “Nesta quarta, também vamos discutir o pagamento retroativo a 1º de abril, que é a data-base de uma recomposição salarial”, completa. O Estado de Minas teve acesso à comunicação enviada aos pais por duas tradicionais escolas da capital. O Colégio Bernoulli informa a decisão dos professores, mas assegura que a unidade no bairro Santo Antônio irá “funcionar normalmente nos dois turnos, oferecendo várias atividades pedagógicas e que não haverá nenhuma atividade avaliativa nesta data”. Por fim, o colégio diz que as “atividades letivas” previstas para esta quarta serão repostas em 30 de setembro. O Colégio Magnum, ao comunicar a paralisação no turno da manhã, também garante que as atividades em sala do primeiro e segundo ano do ensino fundamental serão acompanhadas pela coordenação e pelos monitores. O mesmo vale para alunos do infantil ao quinto ano. Os estudantes do terceiro ano do ensino fundamental até a terceira série do ensino médio serão liberados às 9h40.
O que diz o sindicato patronal
Em comunicado à imprensa, o Sinepe-MG diz que reuniões semanais têm acontecido com o sindicato dos professores desde o início das tratativas em março. “A assembleia dos professores rejeitou a proposta construída em mesa pelas comissões de negociação”, relata o Sinepe. “Deve ser considerado que estamos propondo adequações essenciais para a sustentabilidade das instituições e não a supressão de benefícios”, completa. “Dentre os benefícios que não sofreriam alteração na proposta recusada pela assembleia do sindicato profissional, podemos citar o adicional por atividade extraclasse, que corresponde a 20 % sobre o salário dos docentes; os recessos remunerados em julho, no carnaval e na semana santa; e os benefícios de bolsas de estudo para o próprio professor, cônjuge e dependentes que podem atingir até 80% sobre o valor das mensalidades”, diz o texto. “Importante ressaltar que as bolsas de estudos, embora liberadas pelo sindicato profissional (SINPRO/MG), são custeadas pelas instituições de ensino sem nenhum repasse e/ou reembolso de valores para as escolas por parte do referido sindicato de empregados”, finaliza.Estado de Minas