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Candidatos de concurso contestam resultados em provas e ALMG admite erros

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) promoveu um concurso que deixou os concorrentes insatisfeitos após a divulgação dos resultados, o que ocorreu nessa quarta-feira (13/9).



Em consequência disso, a Assembleia cancelou o recebimento dos recursos apresentados pelos candidatos desde o dia em que as notas foram divulgadas até esta sexta (15/9). Os participantes, de 32 especialidades do nível superior, se juntaram para ajuizar uma ação junto ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e devem se reunir com um advogado neste sábado (16/9) para organizar também uma ação judicial. 
Vindo de Alagoas para prestar o concurso em Belo Horizonte, Caio Lorena conta que a divulgação dos resultados “causou insatisfação e estranheza”. Ele relata que um grupo no WhatsApp já tem mais de 60 pessoas reunidas para discutir as possibilidades de resoluções jurídicas. “As questões foram muito contestadas”, ele diz.Caio ainda explica que, como as questões são discursivas, sem uma resposta padrão e sem apontamento técnico do erro, fica difícil contestar a banca de corretores e exigir nota diferente ou, pelo menos, reavaliação. 
Os candidatos afetados estudam diferentes possibilidades para resolver o impasse. Segundo eles, a prova pode ser anulada e reaplicada; corrigida novamente por outra banca, mas dessa vez com apontamentos; ou as respostas padrão podem ser divulgadas.
Lorena questiona a última opção. “Como acreditar na transparência dessa divulgação e na impessoalidade do processo após a divulgação de padrões de respostas tempos após notas serem atribuídas?”, questiona.

O que diz a ALMG


A ALMG admitiu, por meio de nota, que houve falhas "no lançamento de apontamentos na correção das provas por parte das bancas examinadoras". "Isso ensejou o cancelamento dos prazos para recebimento de recursos que se encontravam em andamento até que sejam feiras as devidas correções", afirmou a Casa Legislativa, em nota.
"Um aviso com o conteúdo desta ação foi divulgado nesta quinta-feira (14/9) pela ALMG e publicado nesta sexta-feira (15) no Diário do Legislativo. O mesmo comunicado garantiu que as falhas detectadas serão corrigidas sem que haja alteração das notas atribuídas e que, no momento oportuno, o prazo para os recursos será reaberto integralmente", diz a Assembleia.

O órgão legislativo também afirmou que não foi notificada sobre nenhuma ação ajuizada no Ministério Público relacionada à correção das provas da segunda etapa do concurso. 

Já a Fundação Mariana Resende Costa (Fumarc), empresa organizadora do concurso, e a Comissão de Coordenação e Supervisão do Concurso Público da ALMG divulgaram um comunicado conjunto, com conteúdo similar ao da ALMG, em que afirmam que a decisão para o cancelamento dos prazos de recurso foi tomada "pela constatação de falhas quanto ao lançamento de apontamentos na correção das provas pelas bancas examinadoras".

Leia as notas na íntegra:

 

Nota da ALMG

"A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) não foi notificada sobre qualquer ação ajuizada no Ministério Público relacionada com a correção das provas de segunda etapa do concurso para as especialidades de nível superior de que trata o Edital nº 1/2022.


Algumas falhas foram detectadas pela ALMG e pela Fumarc no lançamento de apontamentos na correção das provas por parte das bancas examinadoras.


Isso ensejou o cancelamento dos prazos para recebimento de recursos que se encontravam em andamento até que sejam feiras as devidas correções.


Um aviso com o conteúdo desta ação foi divulgado nesta quinta-feira (14) pela ALMG e publicado nesta sexta-feira (15) no Diário do Legislativo;


O mesmo comunicado garantiu que as falhas detectadas serão corrigidas sem que haja alteração das notas atribuídas e que, no momento oportuno, o prazo para os recursos será reaberto integralmente."

 

Nota da Fumarc e da Comissão de Coordenação e Supervisão do Concurso Público da ALMG

"A Comissão de Coordenação e Supervisão do Concurso Público da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e a Fundação Mariana Resende Costa (Fumarc), empresa organizadora do certame, decidiram cancelar, nesta quinta-feira (14/9/23), o processo de recebimento de recursos relativos às questões e à correção das provas de segunda etapa das 32 especialidades de nível superior.

A medida foi tomada em virtude da constatação de falhas quanto ao lançamento de apontamentos na correção das provas pelas bancas examinadoras.


Os problemas serão corrigidos sem que haja alteração das notas atribuídas e, no momento oportuno, o prazo para recursos será reaberto integralmente. Isso significa que os recursos eventualmente apresentados pelos candidatos no período de 13 a 15/9/2023 não serão considerados."



Especialidades afetadas

*Estagiária sob a supervisão do subeditor Fábio Corrêa

Estado de Minas

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