As investigações começaram depois que as vítimas realizaram denúncias na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), em Ibirité, na Grande BH. Conforme pontua a PCMG, o investigado utilizava-se do cargo para constranger as servidoras, “além de importuná-las com abraços impróprios e beijos, bem como persegui-las com menosprezo à condição de mulher, causando danos emocionais”.
Problemas emocionais e tentativa de suicídio
Segundo a advogada Fernanda Rodrigues Orly, representante de quatro das sete vítimas, desde a nomeação do diretor-adjunto, em 2019, elas viviam uma rotina de abusos, humilhações e constrangimentos. “Três servidoras estão afastadas por causa de problemas emocionais graves. Uma delas tentou se matar. Certa vez, ele disse que mulheres são dispensáveis para o sistema prisional e servem para fazer café e lavar louça, falas que marcaram as policiais penais”, denuncia, acrescentando que os comentários também eram feitos em relação à forma física das agentes. “Em uma das ocasiões, ele tocou a campainha do presídio e, ao ser atendido pelas agentes, disse: ‘vim para a visita íntima. Qual das três vai para íntima comigo? Estou pagando R$ 20 mil’. Ele as ameaçava com a possibilidade de transferência de unidade caso se negassem a dar abraços e beijos quando fossem solicitados. Eram abraços tão apertados a ponto de elas sentirem a genitália. Algumas chegaram a ser penalizadas em procedimento administrativo porque se negaram a fazer café para ele”, diz Fernanda. Ainda de acordo com a advogada, o caso foi recebido em 16 de junho na 70ª reunião ordinária da Comissão Nacional de Direitos Humanos. O Estado de Minas entrou em contato com os citados na reportagem, mas não houve retorno até o fechamento desta publicação. O espaço segue aberto para manifestações.Estado de Minas