Quase sete meses depois de ser afastado por suspeitas de assédio sexual, um homem de 58 anos, bibliotecário de uma escola municipal de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, voltou a ser acusado de abuso contra alunas da instituição. Nessa segunda-feira (2/10), a mãe de uma adolescente, de 15 anos, registrou boletim de ocorrência.
Segundo informações da Polícia Militar (PM), a vítima estaria sendo perseguida pelo homem há dois meses, desde que ele retornou às atividades na unidade escolar depois do afastamento por assédio. Ela relata que o homem fazia gestos sexuais e chegou a tentar cercá-la na escola, porém ela conseguiu fugir. A adolescente também disse que outras colegas passaram pela mesma situação.
Em março deste ano, outra vítima, de 14 anos, registrou boletim de ocorrência contra o bibliotecário. Aos militares, ela disse que o homem encostou a perna e o órgão genital em sua cintura. Na época, outras duas adolescentes disseram que ele tinha o hábito de tratar as alunas com excesso de intimidade, chamando-as de "gatinha" e "linda". Em seu depoimento, o homem disse que esta era apenas uma forma carinhosa de tratar as alunas.
Após as denúncias, o profissional foi afastado, porém, teria retornado ao trabalho em setembro, por não haver provas do crime. Procurada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Educação disse que o funcionário é efetivo, entretanto, "não faz parte do quadro de trabalhadores".
"O servidor foi penalizado. Não foi confirmado o assédio sexual, porém houve, sim, confirmação de uma conduta inadequada nessa relação do servidor com os alunos. Uma vez cumprida a penalidade, o servidor retornou à secretaria de educação", disse Nicolle Ferreira Bleme, da controladora-geral do município de Contagem, em coletiva de imprensa realizada na manhã desta terça-feira (3/10).
A Secretaria de Educação de Contagem ressaltou, por meio de nota, que diante de novas denúncias por parte de estudantes da escola, o funcionário foi imediatamente afastado. "Um relatório constando a denúncia foi encaminhado à Corregedoria, que abriu processo administrativo para apurar os fatos. De acordo com o resultado das investigações, o servidor pode ser penalizado. A punição depende da conclusão do processo", diz o texto.
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Estado de Minas entrou em contato com a Polícia Civil e aguarda posicionamento.