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'Situação que vai passar', afirma mineiro que estava em Israel

“É uma situação que eu sei que vai passar.


Marcos estava em Israel visitando a filha, que vive e estuda no país. Em entrevista ao Estado de Minas, ele contou que estava em Jerusalém quando os ataques começaram, no sábado (7/10). Por estar com a família, eles decidiram voltar para o Brasil mais cedo, no entanto, todos os voos que saíam de lá foram cancelados. 
“Diante da falta de perspectiva de volta, e eu com as crianças, apareceu a oportunidade de preencher os formulários da embaixada, com as características de todo mundo, idade e tal. E nós fomos selecionados para voltar nos primeiros voos da FAB. E dito e feito, a embaixada do Brasil em Tel Aviv foi muito organizada, juntou o grupo, explicaram bem claramente o que iria acontecer, ofereceram um ônibus até o aeroporto, sempre com alguém da embaixada junto acompanhando”, conta. 
A família teve então que sair da capital de Israel, continuar o roteiro da viagem, e seguir para Tel Aviv, na costa israelense do Mar Meditarrâneo. Na segunda cidade, mais próxima do centro dos ataques, eles passaram a ouvir barulhos de bombas sendo interceptadas no ar. E, um dia antes da partida deles, um projétil caiu em frente ao local em que estavam. 
“Em Tel Aviv a gente ouvia os barulhos das bombas, porque eles fazem a interceptação ainda no ar, mas algumas acabam caindo. E de fato uma caiu bem em frente onde estávamos, mas caiu dentro do mar. Mas já sabendo que íamos embora no dia seguinte”, relata Marcos. 
Parte da família de Marcos ficou em Israel. A filha do casal, que mora no país, resolveu manter suas atividades por lá. Com orgulho, ele relata que a jovem é voluntária. 
“Eu conheço Israel, morei lá, sei como é a situação por lá. O país já passou por outras situações como essa. Mas sei que onde ela está, ela vai ficar bem. É uma situação que eu sei que vai passar. Assim como outras já passaram”, complementa.

Voo 


O terceiro voo da operação Voltando em Paz aterrissou no Aeroporto de Guarulhos, nessa sexta-feira (13/10), trazendo 64 brasileiros, entre eles, 10 mineiros. A aeronave deixou Israel na quinta-feira (12) com 69 pessoas, sendo que cinco desembarcaram ainda nessa sexta na Base Aérea da Aeronáutica em Recife, antes de chegarem a São Paulo, pela manhã. 
Marcos conta que a vinda de Israel para casa, normalmente, é feita cruzando países da África. As aeronaves fazem um pouso em Cabo Verde, a federação mais próxima do Brasil, para abastecer e finalmente passar pelo Atlântico. No entanto, dessa vez os voos tiveram que passar pela Europa, pousando em Lisboa e seguindo para Cabo Verde. 
O mineiro explica que conversou com alguns militares que acompanhavam o voo humanitário, que lhe afirmaram que a “volta” pela Europa foi necessária porque o espaço aéreo de alguns países africanos estava fechado, mesmo para voos humanitários. 

Guerra em Israel


No sábado (7/10), o grupo extremista islâmico Hamas bombardeou Israel em um ataque surpresa, considerado um dos maiores sofridos pelo país nos últimos anos. Desde então, milhares de mísseis foram disparados e dezenas de homens armados invadiram o território israelense a partir da Faixa de Gaza. Em seguida, o governo de Israel anunciou a guerra e lançou uma contraofensiva.
No mesmo dia em que o conflito foi iniciado, o governo brasileiro montou um gabinete de crise. Form acionadas as embaixadas do Brasil em Tel Aviv, Israel, e em Cairo, no Egito, além do escritório de representação em Ramala, na Palestina. 
Desde então, mais de 2,7 mil brasileiros já manifestaram interesse em retornar ao país. 

Estado de Minas

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