Acompanhadas da vice-diretora, as jovens foram revistadas por uma policial do Programa Educacional de Resistência às Drogas e Violência (Proerd), que constatou que não havia mais objetos que pudessem ferir as garotas e demais alunos.
Aos militares, as suspeitas afirmaram que foram armadas para a escola com o objetivo de ferir duas colegas, depois que uma delas publicou um vídeo nas redes sociais. A publicação seria de uma das suspeitas sendo agredida no Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte.
Durante a briga, dois estudantes tentaram desarmar as garotas. Eles tiveram ferimentos leves e foram encaminhados a uma unidade de saúde da cidade. Um deles apresentava cortes superficiais nas mãos e marcas de mordidas no dedo.
Ameaças
As alunas que foram alvo das irmãs relataram que, desde que o vídeo foi publicado, passaram a receber ameaças de morte de uma das suspeitas. No entanto, elas não acreditaram que as intimidações seriam verdadeiras. Professores, a vice-diretora e demais funcionários também chegaram a ser ameaçados pelas adolescentes.
A direção da escola chegou a tentar acionar a mãe das garotas, mas não tiveram sucesso. Conforme consta no Boletim de Ocorrência, o Conselho Tutelar de Barbacena também foi acionado, mas agentes teriam afirmado que não compareceram ao local e que não acompanhariam as suspeitas. Diante de negativas, os militares pediram que as adolescentes informassem o endereço em que moravam e lá encontraram a genitora.
O episódio foi registrado como crime análogo a lesão corporal seguido de ameaça. A reportagem procurou a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais que lamentou o ocorrido. A pasta afirmou que a Superintendência Regional de Ensino de Barbacena, responsável pela coordenação da escola, está acompanhando o caso e enviará o Serviço de Inspeção Escolar até o local para apurar os fatos e avaliar medidas cabíveis.
“A SEE/MG reforça que repudia qualquer conduta que possa ferir princípios irrevogáveis da dignidade humana, como o respeito mútuo, que deve ser cultivado de forma irrestrita nas instituições de ensino. Visamos, ainda, a construção de uma cidadania saudável a todos no ambiente escolar, além de resguardar o direito de defesa dos envolvidos”, informou o Governo de Minas.
Mais um caso
A ocorrência desta segunda-feira aconteceu menos de uma semana depois de outro episódio de ataque à escola. Na última terça-feira (10/10), um adolescente de 14 anos aguardou o fim do horário de aula do turno da tarde para atacar estudantes da Escola Profissional Dom Bosco, em Poços de Caldas. Um adolescente de 15 anos morreu, e outros três ficaram feridos. Eles foram atingidos por golpes de faca.
O suspeito foi contido por populares que passavam pelo local. Em conversa com os militares, ele disse que queria vingança por já ter estudado na escola e ter sofrido bullying dos colegas. O adolescente chegou a ser transferido da unidade em 2021.
Em pronunciamento oficial, o tenente-coronel Afrânio Tadeu Garcia, do 29º Batalhão da PMMG, afirmou que o episódio foi um caso “isolado” e “planejado” pelo adolescente apreendido.
Estado de Minas