Ouro Preto, uma das cidades mais emblemáticas do Brasil, celebrou com sucesso o Mês da Consciência Negra com uma série de eventos e atividades que não apenas marcaram a data de 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, mas também promoveram a cultura, a educação e a igualdade racial ao longo de todo o mês.
A programação do evento Novembro Negro, que ocorreu de 15 a 30 de novembro, foi repleta de ações diversas, proporcionando uma experiência enriquecedora para os participantes. Um dos destaques foi a "Música na Janela", um evento que trouxe jazz, choro e samba das janelas da histórica Casa de Gonzaga, encantando moradores e visitantes.
As apresentações teatrais não ficaram para trás, com a Trupe Sons do Brasil, que cativou o público com performances envolventes. "Memória e Poesia", prolongada por Carlandreia Ribeiro, e os "Ritos da Capoeiragem" também foram momentos que destacaram a riqueza cultural afro-brasileira.
Além das manifestações artísticas, o Novembro Negro ofereceu palestras e rodas de conversa, abordando temas cruciais sobre a produção cultural preta em Minas Gerais. Três lançamentos marcantes desenvolvidos para a difusão do conhecimento: um estudo iniciado sobre a saúde da população negra, o projeto Observatório Negro de Acesso ao Fomento Cultural e a criação da Rede Integrada dos Micros e Pequenos Afroempreendedores de Ouro Preto (RIMPA-OP).
As Caminhadas Afro-centradas, realizadas em parceria com as escolas Juventina Drummond e Padre Carmélio, foram o ponto alto do evento. Os participantes percorreram o trajeto entre o Morro São João e Morro Santana, unindo comunidades e encerrando as atividades no Arquivo Público Municipal no primeiro dia, e, no segundo dia, concluindo o percurso entre o bairro Santa Efigênia e Antônio Dias.
Kedison Ferreira, diretor de Promoção da Igualdade Racial da Secretaria de Cultura e Turismo, destacou a importância das discussões e reflexões promovidas durante o evento. "A fomentação da igualdade racial e o fortalecimento na busca de políticas públicas para a igualdade racial em nosso município são preciosos. As ações trouxeram debates necessários sobre as raízes africanas do nosso município e do país, promovendo o protagonismo negro nas atividades", afirmou o diretor .
Fazendo questão de salientar as parcerias condicionais, Kedison ressaltou a colaboração com instituições como a Universidade Federal de Ouro Preto, o Arquivo Público Municipal e a Secretaria de Educação. "Através dessas parcerias, conseguimos ensinar de forma pedagógica a importância da força ancestral dos negros africanos em nossa cidade", completou.
O diretor também participou de sua participação no MUHCAB - Museu da História e da Cultura Afro-brasileira, no Rio de Janeiro, onde representou a Prefeitura de Ouro Preto. Ele destacou o lançamento do "Projeto de Sinalização e Reconhecimento de Lugares de Memória de Africanos Escravizados no Brasil", que visa sinalizar 100 lugares de memória no país, incluindo Ouro Preto. Esse programa será fundamental para estabelecer programas de educação afrocentrada, fortalecendo políticas públicas para todo o Brasil.
Todas as atividades educativas e culturais, as reflexões e os debates proporcionados durante o Novembro Negro consolidam o evento como um marco no calendário cultural de Ouro Preto. Mais do que uma celebração, o Novembro Negro é um movimento essencial para promover o respeito, preservar a ancestralidade, buscar a igualdade e promover o protagonismo negro, contribuindo para a construção de uma sociedade mais inclusiva e justa.