O Teatro Municipal de Ouro Preto, conhecido como Casa da Ópera de Vila Rica, reabriu suas portas na última sexta-feira, dia 15 de dezembro, marcando o início da retomada das apresentações no mais antigo teatro em funcionamento das Américas. Com uma história que remonta a 1770, o teatro passou por um minucioso processo de restauração, que preservou não apenas sua estrutura arquitetônica, mas também elementos artísticos originais.
O investimento total nas obras de restauração foi de aproximadamente R$ 800 mil, visando revitalizar o patrimônio histórico e cultural da região. As intervenções tiveram início em outubro de 2022 e se estenderam por vários meses, garantindo a integridade das características originais do edifício.
Um dos destaques da restauração foi a importação de uma madeira específica do estado do Pará para a sustentação do telhado. O secretário de Cultura e Turismo de Ouro Preto, Flavio Malta, ressalta que esse processo levou 100 dias para ser concluído devido ao tamanho da peça e à logística envolvida.
Além da recuperação do telhado, foi aplicada uma manta impermeabilizante para prevenir infiltrações causadas pelas chuvas. Após essa etapa, o teatro passou por uma reforma completa, tanto na parte interna quanto externa. O projeto incluiu a restauração da pintura da boca de cena, datada do século XVIII, conduzida pelo historiador Aldo Araújo.
A boca de cena, que engloba as cortinas, passou por um processo de higienização, assim como o sistema de movimentação das cortinas e das bambolinas. Na fachada da Casa da Ópera, houve a recomposição dos elementos de pau-a-pique, garantindo a preservação da autenticidade histórica.
No quesito segurança, Flavio Malta destaca que todo o sistema elétrico foi revisado e um novo sistema de combate a incêndio foi implementado, proporcionando um ambiente mais seguro para os frequentadores do teatro.
A Casa da Ópera de Vila Rica, construída em 1769 por João de Souza Lisboa e inaugurada em 6 de junho de 1770, comemora mais de 250 anos de história. O teatro foi concebido para abrigar óperas, e sua fachada singular é caracterizada por espessas paredes de pedra e um frontão triangular detalhado por elementos simbólicos esculpidos em pedra.
O hall de entrada continua a impressionar, servindo como uma introdução espetacular ao amplo espaço interno da estrutura, distribuído em três pisos distintos, abrigando plateia, camarotes, frisas e galerias, totalizando 300 lugares. A reabertura da Casa da Ópera de Ouro Preto representa não apenas um marco para Minas Gerais, mas também uma contribuição significativa para o cenário cultural brasileiro, proporcionando um espaço renovado para o incentivo à cultura local.