No último domingo (09) a Arquidiocese de Mariana deu um importante passo no restauro do Órgão Arp Schnitger da Catedral Basílica Nossa Senhora da Assunção. Durante uma cerimônia significativa, foi assinado o Protocolo de Envio para o restauro de componentes essenciais do instrumento, conhecidos como "someiros". Estes elementos, responsáveis por garantir a passagem do ar que gera os sons, serão enviados à Espanha para serem restaurados com a ajuda de especialistas.
A cerimônia começou com uma Celebração Eucarística presidida pelo Arcebispo Metropolitano de Mariana, Dom Airton José dos Santos, e concelebrada pelo Reitor da Catedral, Padre Geraldo Dias Buziani. O evento, que ocorreu por volta das 11h, contou com a presença de diversos representantes, incluindo a organista Josinéia Godinho, a responsável técnica pelo projeto de restauração, Deise Lustosa, e autoridades municipais, como o secretário de Cultura de Mariana, Eduardo Batista.
Durante a cerimônia, Padre Geraldo fez um relato sobre a longa história do órgão, que ficou sem tocar por décadas, e destacou a importância desse momento para a Arquidiocese. Deise Lustosa, arquiteta responsável pela restauração, explicou como os someiros são essenciais para o funcionamento do órgão, já que são os responsáveis por direcionar o ar aos tubos, produzindo o som característico. Ela também detalhou o processo logístico envolvido no transporte das peças: após serem embaladas, elas serão enviadas de caminhão para o Aeroporto de Guarulhos, de onde seguirão para Madri e, finalmente, para o ateliê especializado em Cuenca, na Espanha.
A organista Josinéia Godinho detalhou a estrutura do órgão, enfatizando a importância da vedação dos someiros para a qualidade do som. Ela explicou que qualquer falha na vedação pode resultar em vazamento de ar e prejudicar o desempenho do instrumento.
Dom Airton, em sua fala, ressaltou a importância do órgão de tubos na liturgia, destacando que é o único instrumento que imita a voz humana, o que justifica sua relevância nas celebrações religiosas. O arcebispo expressou sua esperança de que o órgão seja reabilitado a tempo para celebrar os 280 anos da Arquidiocese de Mariana, que serão comemorados em 6 de dezembro deste ano, data que também marcará seus 40 anos de vida sacerdotal.
Ao final do evento, a cerimônia foi concluída com a assinatura do Protocolo de Envio, um marco histórico para a Arquidiocese. Os participantes tiveram a oportunidade de registrar sua participação em um livro especial, simbolizando o início do processo de restauração e preservação desse valioso patrimônio musical e histórico.