Presidente discursou durante cerimônia de troca do Comando Militar do Sudeste, em São Paulo O presidente Jair Bolsonaro voltou a discursar nesta quinta-feira sobre um suposto papel das Forças Armadas em garantir a "liberdade" e dar "tranquilidade" para que ele governe. Pressionado por crises sanitária e econômica e pela perda de popularidade, ele relembrou os tempos da ditadura militar para afirmar que os agentes do regime "selaram o bom destino para a nossa nação." "A certeza desse povo maravilhoso, de mais de 210 milhões de pessoas, que as suas Forças Armadas, sempre dentro das quatro linhas da Constituição, não medirão esforços para nos garantir o oxigênio da vida, que é a nossa liberdade", afirmou. Bolsonaro discursou durante cerimônia de troca do Comando Militar do Sudeste, em São Paulo. O general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva assumiu o posto no lugar do general Eduardo Antônio Fernandes. BolsonaroReprodução/TV Brasil O presidente evocou o fim da década 1960, quando o capitão Carlos Lamarca desertou do Exército para se unir a grupos que lutavam contra a ditadura militar. "Vivíamos momentos difíceis, onde péssimos brasileiros queriam roubar a nossa liberdade", afirmou Bolsonaro. Lamarca comandou a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e era considerado um dos principais inimigos do ditadura militar. Ele foi assassinado por agentes do regime em 17 de setembro de 1971, no interior da Bahia, aos 34 anos de idade. Bolsonaro fez referência ao tenente Alberto Mendes Júnior, morto por guerrilheiros de um grupo liderado por Lamarca em 1970, na região do Vale do Ribeira, em São Paulo. O presidente tinha 15 anos na época, mas disse hoje que, a partir dali, sua vida "se casou" com o Exército."[Fiz] algumas poucas andanças pelo Brasil, mas o suficiente para reconhecer a história daqueles bravos que, com outros políticos, selaram o bom destino para a nossa nação", discursou. "A certeza que temos de sempre contar com a sua Marinha, com o seu Exército e com a sua Aeronáutica nos traz a paz para governar", disse o presidente. "A nossa nação tem uma vocação, a liberdade acima de tudo. O destino maior da nossa nação é a nossa tranquilidade e a nossa paz para governar."