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Produtora que nasceu na periferia de Contagem, na Grande BH, representa o Brasil em festival internacional de cinema

Por Redação

19/01/2022 às 06:42:02 - Atualizado há
Dirigido por Gabriel Martins, da Filmes de Plástico, filme 'Marte 1' abre Festival Sundance, nos EUA, nesta quinta-feira (20). Cícero Lucas interpreta o garoto Deivinho, que joga futebol, mas sonha em seu astrofísico

Filmes de Plástico/Divulgação

"Marte 1" vai abrir, nesta quinta-feira (20), mais uma edição do Festival de Cinema Sundance, nos Estados Unidos, um dos principais festivais de cinema independente do mundo.

O filme é dirigido pelo cineasta mineiro Gabriel Martins, da Filmes de Plástico, produtora que nasceu na periferia de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte.

De acordo com ele, a previsão é que "Marte 1" chegue às telas de cinema no Brasil apenas no segundo semestre do ano. É a primeira vez que a Filmes de Plástico participa do Festival de Cinema Sundance, que, em função da pandemia, será exibido em formato on-line, dos dias 20 a 30 deste mês.

"Só de o filme estar na Sundance, antes mesmo do lançamento no Brasil, já está abrindo portas de possíveis parceiros internacionais para a venda, como a Magnólia Pictures International, que vai ser o nosso agente de vendas. Tenho dado entrevistas, o que é uma coisa muito legal", disse Gabriel.

Marte 1 vai representar o Brasil no Festival de Cinema Sundance. No vídeo, um trechinho do filme já legendado para o inglês.

A história

De acordo com o cineasta, o filme foi rodado em Belo Horizonte e Contagem e conta a história da família Martins: Wellington (pai), Tércia (mãe), Deivinho (filho) e Eunice (irmã).

"O sonho do pai é que Deivinho se torne um jogador de futebol famoso e ele aposta todas as fichas nisso, mas o filho quer se tornar astrofísico e participar da missão Marte 1, a ser realizada em 2030 para conquistar o Planeta Marte", resume o cineasta.

A história do filme, segundo ele, começa em 2018, com a eleição do atual presidente Bolsonaro, e segue os personagens por alguns meses, abordando os efeitos das mudanças políticas do país, como pano de fundo da história. No elenco, Carlos Francisco, Rejane Faria, Cícero Lucas e Camilla Souza.

Filme "Marte 1" vai representar o Brasil no Festival de Cinema Sundance, nos Estados Unidos

Filmes de Plástico/Divulgação

Samba e futebol

O ator protagonista do filme é o sambista Cícero Lucas, de 16 anos, nascido e criado no Aglomerado da Serra, na região Centro-Sul da capital mineira.

O intérprete do personagem Deivinho é filho da professora de educação física Viviane Cruz e do cantor e compositor Dé Lucas. O pai de Cícero tem dois discos gravados e parcerias com artistas de renome, como o carioca Moacyr Luz, idealizador do "Samba do Trabalhador".

Para Cícero, a vivência no samba e na periferia o ajudou a compor o personagem.

"A gente mora em favela, já conhece essa realidade. Então tudo foi bem natural e me ajudou bastante", afirma ele.

"Eu já conhecia ele (Cícero) das rodas de samba. Ele é percussionista e toca com o pai. Já tinha um roteiro, a ideia, mas estava longe de filmar. Fiquei com ele na cabeça, foi uma coisa instintiva. Na época, pesquisei garotos que jogavam futebol, mas acabei optando por ele, apesar de não ser um jogador profissional", conta Gabriel Martins.

É a primeira vez que o adolescente participa de um longa-metragem e também de um festival de cinema.

Filme "Marte 1" foi rodado em 2018 nas cidades de Belo Horizonte e Contagem

Filmes de Plástico/Divulgação

"Minha expectativa é que o filme alcance os principais festivais nacionais e internacionais, para que as pessoas vejam o tanto que o filme é bom, e pra dar mais oportunidades para nós do elenco e da produtora de fazer algo maior", afirma Cícero

Pandemia

A nova onda do coronavírus com a variante ômicron impediu a realização do Festival de Cinema Sundance de maneira presencial. A organização do evento optou por manter a mostra no formato on-line.

Apesar da frustração, o diretor de "Marte 1" entende "que é muito importante as medidas de precaução à Covid, que ainda é algo muito presente em nossas vidas".

"Ainda estamos em pandemia, então, de alguma forma, tem uma frustração por parte da equipe, mas também um entendimento que estamos em uma situação de exceção", completa Gabriel.

Para o cineasta, a pandemia é um desafio muito grande para quem produz filmes.

"Filmamos um longa no fim de 2021, tivemos essa situação tensa em função da pandemia. Temos projetos a serem filmados neste ano que também podem passar por essa tensão. É uma situação que não conseguimos controlar, tem a iminência de riscos. Seguimos temerosos e frustrados, isso (a pandemia) certamente dificultado muito a vida da produtora", conclui.

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Fonte: G1
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