Bernardo Rezende aceitou, em abril de 2021, assumir o posto do técnico Laurent Tillie, que comandou a equipe francesa durante nove anos até a conquista do ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio.
Com a Seleção Brasileira masculina, o treinador foi duas vezes campeão olímpico (2004 e 2016) e tricampeão mundial (2002, 2006 e 2010).
Apenas sete meses após o início do trabalho que deveria prosseguir até Paris-2024, Bernardinho apresentou o pedido de demissão, aceito pela federação francesa devido a "problemas pessoais que não permitem dedicar-se mais ao time".
"É uma das decisões mais difíceis e dolorosas de toda a minha carreira. Estou muito triste porque amo esta equipe da França, o grupo, os jogadores, a comissão técnica que construímos. Estou muito agradecido pela confiança que a federação me deu ao longo do ano", explicou o treinador de 62 anos.
"Mas eu tenho que escolher isto, não há outras opções possíveis para minha família, que continua sendo prioridade", concluiu.
No projeto, o técnico tinha dois auxiliares: Rubinho, que teve a mesma função quando ele era treinador do Brasil, e o franco-brasileiro Mauricio Paes, que conhece bem a França, onde foi treinador em Tourcoing, Tours e Paris.
Mundial em cinco meses
Em sua primeira grande competição como técnico da França, menos de três semanas depois dos Jogos Olímpicos, Bernardinho levou a equipe às oitavas de final do Campeonato Europeu-2021. Os franceses perderam de 3 sets a 0 para a República Tcheca, vítimas do cansaço físico e mental das competições anteriores.
"Tínhamos o melhor técnico para cumprir nossos objetivos até os Jogos de Paris-2024 e só posso lamentar a situação. Compreendo, evidentemente, as razões que levaram Bernardinho a tomar esta difícil decisão e agradeço por sua disponibilidade para preparar o futuro", afirmou o presidente da FFVolley, Eric Tanguy.
A federação francesa de voleibol terá que encontrar outro técnico rapidamente, pensando no principal objetivo: os Jogos Olímpicos em casa.
Em junho, a França disputará a Liga das Nações e depois o Mundial de Vôlei, entre 26 de agosto e 11 de setembro.
A Rússia seria a sede do Mundial de vôlei masculino, mas perdeu o direito de organizar a competição após a invasão da Ucrânia. A Federação Internacional de Voleibol (FIVB) definirá em breve o novo local do evento.
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