A formação de um casal e o sucesso da reprodução, mesmo com pouco tempo de convívio, são favorecidos quando existem condições ideais, como boa infraestrutura dos recintos e equipe qualificada para o manejo geral da espécie.
Em 2021 o casal havia se reproduzido e dado à luz a duas fêmeas, o sexo dos novos membros ainda é desconhecido.
Nos primeiros dias de vida, os técnicos do zoológico adaptam a rotina para promover o mínimo de contato possível com as espécies, reduzindo as situações de estresse da família. As irmãs nascidas no ano passado, agora terão a oportunidade de aprender a cuidar de um filhote, observando seus pais.
“As crias precisam aprender a cuidar de filhotes, para se tornarem bons pais no futuro, isso faz parte do nosso nosso desejo em continuar contribuindo para a conservação desta espécie por meio dos Planos Nacionais”, explica Valéria Pereira, chefe da seção de mamíferos.
Visitas
Com a família toda reunida no recinto, os visitantes podem tentar avistar os novos moradores, porém a tarefa é complicada, já que a mãe e os recém-nascidos ficam mais reclusos nos primeiros dias.
Até que os filhotes cresçam mais um pouco, o Zoológico de BH pede aos visitantes para que continuem respeitando as normas gerais de visitação conscientes, mantendo o silêncio ao redor dos recintos e não chamar atenção dos animais. Também é importante não alimentar os animais, e nem deixar resíduos de alimentação caírem no espaço.O mico-leão-preto
Com o nome científico de Leontopithecus chrysopygus, o mico-leão-preto é uma das espécies de primata mais raras e ameaçadas do mundo. Nos remanescentes da Mata Atlântica ele só ocorre no oeste de São Paulo, e o animal foi considerado extinto por muitos anos.
A situação da sua população ainda é grave, já que a espécie aparece na lista vermelha de espécies ameaçadas de extinção. Dentro das próximas três gerações - de 2019 a 2040 - estima-se uma redução populacional de 50%, ou mais, devido à perda de habitat e eventos inesperados, como surtos de febre amarela.
O mico-leão-preto é considerado um aliado da saúde humana, ao fazer o papel de “sentinela” no ciclo da febre amarela. Ao ser infectado, ele alerta para o aparecimento da doença em uma região, permitindo o estabelecimento de políticas públicas preventivas. A espécie também é um bom dispersor de semente, auxiliando na manutenção das florestas onde vivem.
*Estagiário sob supervisão do subeditor Diogo Finelli