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Fotos revelam interior do prédio dos Correios e Telégrafos

Um prédio grandioso, mas que não durou 40 anos e foi demolido para dar lugar a um edifício bem conhecido hoje pelos belo-horizontinos.


Um prédio grandioso, mas que não durou 40 anos e foi demolido para dar lugar a um edifício bem conhecido hoje pelos belo-horizontinos. Uma edificação na Avenida Afonso Pena que, se tivesse sido preservada, poderia ter se tornado um dos maiores museus ou centros culturais da capital mineira. A história do prédio dos Correios e Telégrafos voltou recentemente ao debate público, após a Prefeitura de Belo Horizonte anunciar projeto de revitalização do edifício erguido onde ele ficava.
No episódio desta semana do Sabia Não, Uai!, série especial do Estado de Minas que resgata histórias e curiosidades sobre Minas Gerais, mostramos a ascensão e a queda do prédio dos Correios e Telégrafos, uma jóia do estilo eclético construída nos primeiros anos de construção da nova capital mineira, mas que foi demolida antes de completar quatro décadas desde a inauguração.
A história do Correios e Telégrafos começa quando Belo Horizonte mal tinha completado sete anos de existência. A construção do prédio, que ocupava todo o quarteirão entre as ruas dos Tamóios e da Bahia, onde atualmente estão localizadas as duas torres do Edifício Novo Sul América (Sulacap) e outras estruturas de menor porte, começou em 1904. Dois anos depois, a suntuosa edificação estava pronta e se destaca na paisagem ainda em construção do Centro de BH.



Nos arredores do prédio, a Igreja São José, outra referência eclética do Centro de BH, a poucos metros dali, ainda não tinha sido concluída. E, ao lado dos Correios e Telégrafos, o Parque Municipal – cerca de 50% maior do que é atualmente – encantava os primeiros moradores da capital mineira.

Uma beleza reveleda

Fotos originais que fazem parte do acervo de imagens do Estado de Minas revelam detalhes da fachada dos Correios e Telégrafos e duas raras, e para muitos inéditas, cenas do interior do prédio. A fachada para a Avenida Afonso Pena ostentava nove grandes janelas em cada um dos dois pisos. No alto, sobre o arco principal da entrada, o Brasão da República e, logo abaixo, a denominação do prédio entalhada conforme a ortografia da época: "Correio e Telegrapho".



Seguindo a simetria dos espaços, uma das características marcantes do estilo eclético, cada uma das laterais eram ornamentadas com pombas transportando uma carta no bico. Logo abaixo, outros elementos completavam o conceito da edificação. Desta vez, raios representando a eletricidade usada no serviço de telégrafo.

As fotos originais que fazem parte do arquivo do Estado de Minas mostram a beleza do interior do prédio dos Correios e Telégrafos de BH, com colunas e estruturas de ferros também características do estilo eclético. A parte interna recebia bastante luz, devido a uma claraboia, assim como das enormes janelas instaladas também em todas as laterais da edificação.

Do auge à queda

Nem toda essa beleza salvou o prédio de ser demolido antes mesmo de completar quatro décadas de funcionamento. Em 1938, a Companhia de Seguros Sul América comprou o terreno da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio de hasta pública. Pouco tempo depois, o prédio dos Correios e Telégrafos foi demolido, no começo de 1940.


No lugar, foi erguido o Sulacap, quase com a aparência que conhecemos hoje. Isso porque na década de 1970 um anexo entre as torres foi construído, o mesmo que a PBH pretende remover atualmente, por não pertencer ao projeto inicial. O Estado de Minas já detalhou como será o edital para revitalizar o Sulcap e resgatar a Praça da Independência que ficava onde hoje fica o anexo.

Um pedaço da história

demolição do prédio dos Correios e Telégrafos guarda uma inusitada história, contada pelo repórter Gustavo Werneck em uma reportagem especial sobre quem conheceu pessoalmente a edificação. A porta de madeira entalhada, com o detalhe de uma menina colocando carta em uma caixa de correio, foi levada para Barbacena, no Campo das Vertentes, mas atualmente se encontra na Grande BH em uma igreja do século 18, tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha).

Sabia Não, Uai!

O Sabia Não, Uai! mostra de um jeito descontraído histórias e curiosidades relacionadas à cultura mineira. A produção conta com o apoio do vasto material disponível no arquivo de imagens do Estado de Minas, formado também por edições antigas do Diário da Tarde e da revista O Cruzeiro.
Sabia Não, Uai! foi um dos projetos brasileiros selecionados para a segunda fase do programa Acelerando Negócios Digitais, do Centro Internacional para Jornalistas (ICFJ), programa apoiado pela Meta e desenvolvido em parceria com diversas associações de mídia (Abert, Aner, ANJ, Ajor, Abraji e ABMD) com o objetivo de atender às necessidades e desafios específicos de seus diferentes modelos de negócios.

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