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Nós no Bairro: Teixeiras

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Por Redação

20/02/2024 às 00:49:55 - Atualizado há
Conheça histórias de quem compõe o bairro que recebe a 5ª edição do Nós no Bairro Exaltar a história e as vivências dos mais distintos bairros de Juiz de Fora, celebrar a sua gente e levar o direito à cidade aos espaços públicos: o Nós no Bairro chega a mais uma edição para cumprir esse propósito.

O evento em parceria com a TV Integração leva aos bairros alegria e cidadania

Ramon Machado

A próxima parada é no Teixeiras. Localizado na região sul de JF, o bairro teve origem no desmembramento da antiga Fazenda Teixeiras, que nomeou a região. Sua história transita desde a existência da tradicional Fazenda e o silêncio apaziguador tão característico à época até a preservada e ainda contemporânea boa vizinhança de sorrisos largos e gentileza. Quem ali reside destaca os pontos altos de habitar o bairro e relembra de maneira saudosa a memória de quem faz parte do enredo do bairro destacando qual a "marca registrada" de quem é morador dali.

Bairro Teixeiras em setembro de 1974

Blog Maria do Resguardo

Bairro de gente boa e que não perde a fé na vida

Antes mesmo da formulação da pergunta, a resposta do Éder, morador do bairro Teixeiras há 36 anos e filho do Paulinho Motorista é direta: "Pra quem está chegando, (e tem muita gente chegando no bairro hoje), eu diria: é um bairro bom, de gente muita boa, gente trabalhadora, gente que luta e passa seus perrengues mas não perde a fé na vida e o sorriso no rosto. Isso eu acho que é uma marca das pessoas que moram aqui no Teixeiras. A gente ainda consegue ser um bairro onde passamos na rua e todo mundo cumprimenta todo mundo". Bem antes de ser questionado sobre qual a "marca registrada" de seu bairro, Éder Francisco Santos já revela o segredo do lugar onde nasceu e cresceu.

Os minutos de prosa revelam um carinho muito grande pela região e uma sensação de pertencimento que se explica pelos laços familiares e que vem desde o berço (ou antes dele). "A história do Éder com o Teixeiras começa desde antes do próprio Éder. Nasci no Teixeiras, filho de motorista de ônibus. Meu pai, hoje já falecido, era motorista do ônibus da linha Teixeiras. Meus pais se conheceram ali, começaram a namorar e eu cheguei. Logo depois que eu nasci meu pai saiu da empresa que fazia o Teixeiras e passou pra uma outra. Mas ficou o nome "filho do Paulinho do ônibus", eu já era conhecido no bairro desde pequeno. Meu pai era muito popular aqui, era muito cortês, muito gente boa com os moradores e ficou essa referência", relembra saudoso o morador.

Éder destaca que toda a família acabou sendo fonte de referência sobre quem é hoje. A tradição mineira de ser conhecido por ser filho/sobrinho/neto de "fulano" se aplica à sua história e se mistura ao grande envolvimento dele com o bairro: "Meu tio também tem empresa de terraplanagem, bastante conhecido no bairro. E acabei sendo o filho do Paulinho, sobrinho do Juninho da máquina. Meu avô também mexia com terraplanagem, então desde pequeno, desde criança brincando, onde eu ia no bairro todo mundo conhecia e sabia quem era".

Relembrando o pouco que se sabe da história do bairro, Éder conta que sua família foi uma das primeiras a morar no bairro logo após o desmembramento da Fazenda Teixeiras. Seus bisavós moravam na casa onde era a antiga sede da fazenda, sua tia é casada com um dos netos herdeiros da família e hoje ele reside bem em frente a antiga construção que deu origem ao bairro.

Sobre a infância vivida no Teixeiras, Éder recorda com carinho da bisavó que o conduziu desde cedo na caminhada dentro da igreja e o proporcionou boas histórias, amizades e referências. "Desde os 4 anos fui coroinha, leitor, comentarista e ministro da eucaristia. Em 16 anos de ministro da eucaristia eu preferia levar a comunhão aos enfermos em casa, e assim sempre ia até a casa deles. Depois passei a organizar viagens, fui ficando conhecido no bairro todo por conta da agência. Todo mundo, praticamente, hoje em dia, me conhece por aqui."

Da esquerda pra direita, respectivamente: Éder e seu bisavô, José Soares, na casa sede da antiga fazenda Teixeiras. Na sequência, sua primeira comunhão. Por último, seu falecido pai Paulinho, ao lado de seu tio

Acervo Pessoal

O filho do Paulinho, hoje agente de viagens se orgulha do bairro onde cresceu e afirma que o Teixeiras é um bairro muito bom, muito tranquilo. Destaca que, como qualquer outro lugar, precisa de algumas melhorias e que tem buscado isso mensalmente junto aos moradores em reuniões comunitárias em busca de pautar melhorias a serem feitas, sugestões dos usuários e ajustes necessários para um Teixeiras ainda melhor.

Lugar de tranquilidade, sossego e troca comunitária

Se tem uma expressão que é comum quando os moradores do Teixeiras se referem ao bairro é: "parece uma roça grande". Longe de qualquer alusão pejorativa, pelo contrário, a comparação é comum a quem viveu por ali e logo vem justificada por alguns aspectos: é um lugar tranquilo, calmo, onde todos se conhecem e se cumprimentam. "Bem parecido com a atmosfera da zona rural", assim eles descrevem.

Há 32 anos, quando Robinson da Costa e Souza chegava de mudança do Centro de Juiz de Fora para o Teixeiras, o que mais impressionava era o silêncio, a calmaria. Nascido em Londrina, no Paraná, e morador de Juiz de Fora desde os 13 anos de idade por conta de transferência do pai militar, Robinson foi se mudar para o Teixeiras só depois de casado, aos 21 anos. Sua esposa já era moradora do bairro, e ali decidiram construir casa, família e uma história que perdura até hoje. "Aqui criamos uma filha, hoje com 29 anos, e a formamos em Odontologia. Hoje residimos eu, minha esposa e o filho caçula. No bairro fiz muitas amizades, cheguei a ser Presidente da Associação de Moradores do Bairro e participei de muitas mudanças na região. Eu amo aquele bairro e me orgulho de fazer parte daquela comunidade."

Robinson relembra que seu apego ao Teixeiras e aos moradores nasceu de maneira imprevista. Ele conta que na época era um bairro mais precário em infraestrutura de um modo geral e que por ter um carro, tinha a oportunidade de ajudar os vizinhos quando precisavam de auxílio para locomoção: "E ali nascia um serviço social em prol dos moradores. Sempre que uma pessoa passava mal ou uma mulher grávida ia ganhar neném eles me acionavam. Foi aí que nasceu um grande amor em ajudar as pessoas, o meu próximo, bem como pelo bairro Teixeiras."

A partir da ajuda com o transporte, o já naturalizado morador do Teixeiras passou a se engajar nas atividades comunitárias do bairro e empenhar seu carinho e trabalho pela comunidade. "Iniciei projetos sociais na área esportiva e o trabalho foi aumentando. Fui eleito Presidente da Associação do Bairro, presenciei grandes conquistas como a "abertura" da rua João Moreira da Rocha, localizada na famosa "Alegria do Boi". Enfim, ali muito lutamos. Sem apoio de moradores e amigos nada conseguiríamos. Além das amizades que fiz, muitas crianças eu pude ajudar e hoje estão adultas, casadas e com filhos, muitos me chamam de Padrinho e pedem bênção a mim. É uma honra muito grande fazer parte desse lugar e acumular essas tantas lembranças".

A esposa de Robinson, Rosana Silva da Costa e Souza, nasceu e cresceu no bairro, estudou no tradicional Polivalente e é a grande responsável pela construção da família na região. Com muito afeto relembra sua história no bairro e reitera a classificação como lugar de sossego: "Eu nasci no Teixeiras e aqui era tudo calmo e tranquilo... muito parecido com a vida da área rural. Agora o bairro cresceu e o meu esposo tem parte neste crescimento. Aqui estudei e fiz muitas amizades. O bairro Teixeiras é tranquilo para morar, local seguro e tenho orgulho de ter crescido aqui. Aqui fomos e somos felizes!"

Nos registros, recordações da família de Robinson e Rosana, com os filhos Raphael e Jéssica

Acervo Pessoal

Sábado tem Nós no Bairro

Celebrando o bairro, a comunidade e o direito à cidadania de todos que compõem o bairro Teixeiras e regiões adjacentes, neste sábado 24/02 tem mais uma edição do evento Nós no Bairro.

A iniciativa da Prefeitura de Juiz de Fora em parceria com a TV Integração proporciona à população uma manhã de serviços, atendimentos, lazer, brincadeiras e música boa. O Nós no Bairro será no campo do Polivalente, localizado na Rua Professora Noêmia Mendonça, 1 - Teixeiras, de nove da manhã à uma da tarde.

O Nós no Bairro é uma oportunidade de levar à comunidade momentos de cidadania e lazer

Ramon Machado

Quem estiver presente poderá desfrutar de:

Vacinação humana, aferição de pressão e glicemia;

Orientações de saúde;

Atividade de educação para o trânsito;

Distribuição de mudas;

Varal solidário, atendimento e atividades para crianças pela Casa da Mulher;

Escola para Barbeiros & Cia - Corte de cabelo curto, Barbear e Sobrancelha na navalha;

Recreação, desenhos, brinquedos infláveis, cama elástica, slack line, parquinho infantil, totóe jogos com bola;

Apresentações de Capoeira e Dança Afromix;

Shows com Victor Delduca e Grupo ViroMania.
Fonte: G1
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