Educação

Gêmeos tiram a mesma nota na redação do Enem e querem seguir carreira na mesma área em MG

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Por Redação

25/01/2025 às 05:40:36 - Atualizado há
Enzo e Enrico Soares Oliveira são de Patrocínio, no Alto Paranaíba. Após notas similares no maior exame do Brasil, eles sonham com vaga na UFU para seguir na área agropecuária, um como veterinário e o outro como agrônomo. Enzo, à esquerda, e Enrico, à direita, com as respectivas provas do Enem

Acervo familiar/Reprodução

Os gêmeos Enzo e Enrico Soares Oliveira, de 18 anos, são formandos do ensino médio em Patrocínio, no Alto Paranaíba. Como outros milhões de estudantes, fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em novembro de 2024, na esperança de pleitear uma vaga em uma instituição federal de ensino.

A surpresa, contudo, veio ao ver o resultado da prova: eles tiraram a mesma nota, 960 pontos, na redação e conseguiram quase a mesma nota na média simples, com apenas 10 pontos de diferença entre um e outro.

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"No dia que saiu, eu já vi o meu resultado. Mas o login do Enzo não estava funcionando, então demorou uns 30 minutos para ele conseguir ver a nota. Acho que fiquei mais tenso que ele. Eu só contei meu resultado quando ele conseguiu ver o dele, ficamos felizes demais da conta", conta Enrico.

Eles estavam sozinhos no momento do resultado, mas logo enviaram os resultados para os pais, que ficaram muito orgulhosos.

"Meu pai até brincava que não podíamos tirar menos de 900. Sempre tivemos uma cobrança rígida, mas agradecemos eles, nossos pais sempre nos apoiaram", explica o jovem.

Muita sintonia e disputa saudável

Os irmãos contam, ainda, que sempre se compararam nos estudos, mantendo uma competição amigável em relação aos desempenhos. Ao longo dos anos, eles tiveram uma rotina de estudos muito parecida e, vez ou outra, um se empenhava mais que o outro para determinadas disciplinas.

"Na escola, quando um tinha uma nota melhor que o outro, não dava outra: no trimestre seguinte era ultrapassado pelo outro. Sempre tivemos uma disputa saudável, pelo menos, um não tem ciúme da nota do outro", relata Enrico.

Apesar da competição rotineira, o sentimento de fraternidade entre eles foi predominante durante as preparações e realização da prova.

"Antes de abrir o caderno pra ver o tema eu só pensava se meu irmão ia se sair bem. Como treineiros, fizemos a prova na mesma sala, mas na hora do 'vamos ver' fomos colocados até em escolas diferentes. Fiquei sossegado só quando fui escrever sobre o tema, que foi tranquilo", conta.

Contratempo inesperado

Apesar da facilidade com a redação, Enrico conta que, no caso dele, o segundo dia foi mais complicado que o primeiro. A dificuldade, contudo, não se deu devido às provas de Ciências da Natureza e Matemática do segundo dia, mas sim por outra razão: ele só estava enxergando de um olho.

"Quando eu e o Enzo éramos pequenos, passamos por uma cirurgia nos dois olhos. A gente tinha ceratocone, que deixa a córnea em formato cônico, e atrapalha a visão. O objetivo da cirurgia era corrigir a córnea, a do Enzo tecnicamente deu certo, mas a minha funcionou só de um olho", conta Enrico.

Por isso, o jovem precisou entrar na lista de espera para o transplante de córnea. Foram dois meses de espera até que, na terça-feira entre o primeiro dia de provas do Enem e o segundo, ele recebeu a informação de que tinha uma córnea disponível.

"Fiz o transplante na terça mesmo. No domingo de provas, só enxergava de um olho, mas deu tudo certo, agora estou na fase de cicatrização."

Mesmo com o contratempo, as notas devem possibilitar uma aprovação na Universidade Federal de Uberlândia (UFU) pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), cujas notas serão divulgadas no domingo (26).

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Rotina similar

Os irmãos contam que sempre tiveram uma rotina similar de estudos. Estudaram na mesma escola e fizeram cursinho de redação com a mesma professora, Érika Telini. Além disso, ambos colaboravam nos negócios da família, em especial na zona rural, enquanto estudavam.

"Não vou mentir, às vezes quando uma redação minha estava atrasada, eu copiava a do meu irmão. Mas isso também me ajudou a ter ideias diferentes, além de que eu auxiliava ele também. Mas, mesmo vendo as mesmas aulas, nosso leque era muito amplo, então as abordagens utilizadas na redação não foram tão parecidas", afirma Enrico.

Eles acreditam que foram bem direcionados ao longo do 3° ano do ensino médio, ao ver bons repertórios e abordarem diversos temas enquanto treinavam.

"No fim, a similaridade das notas veio de muito esforço", explica.

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Acervo familiar/Reprodução

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Fonte: G1
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