No Brasil, 75% são favoráveis à legalização do aborto em casos de estupro e, 48%, em todos ou na maioria dos casos. A informação é da pesquisa "Global Views on Abortion", feita pelo instituto Ipsos, e divulgada nesta terça-feira (30). No país, 71% são favoráveis à possibilidade do procedimento em casos de risco à vida da gestante e 52% em casos que haja chance de que a criança possa nascer com deficiências graves.
O apoio é mais alto se a interrupção da gravidez ocorrer nas seis primeiras semanas de gestação, com 52% dos entrevistados favoráveis ao aborto. Com 14 semanas, o percentual é de 42% e, com 20, de 30%. Em relação à legalização em todos os casos, o apoio é de 48%. “Entre as pessoas entrevistadas no país, 20,4% são favoráveis à legalização da interrupção de uma gestação em todos os casos; 27,4% são favoráveis na maioria dos casos; 28,8% acham que deve ser ilegal na maioria dos casos; 12,8% acreditam que o aborto deve ser ilegal em todos os casos; 16,6% não opinaram ou não souberam responder”, pontua nota à imprensa.
Em casos de estupro, a taxa brasileira fica próxima à média mundial, de 76%. A possibilidade em quaisquer casos, contudo, é onze pontos percentuais menor no Brasil e, no globo, a favorabilidade é de 59%. “Entre as pessoas entrevistadas no país, 20,4% são favoráveis à legalização da interrupção de uma gestação em todos os casos; 27,4% são favoráveis na maioria dos casos; 28,8% acham que deve ser ilegal na maioria dos casos; 12,8% acreditam que o aborto deve ser ilegal em todos os casos; 16,6% não opinaram ou não souberam responder”, completa o instituto.
Cerca de 32% dos brasileiros são favoráveis à penalização de mulheres que realizarem abortos, 53% defendem que punição seja direcionada a quem realizou o procedimento e 49% que quem tenha organizado ou participado do processo seja punido.
A pesquisa "Global Views on Abortion" foi realizada no Brasil e outros 26 países. O Brasil e a China estão no sexto lugar no índice de menor apoio à legalização do aborto. Em seguida, estão África do Sul (42%), Colômbia (40%), Índia (40%), Malásia (32%) e Peru (31%). Os mais favoráveis são a Suécia (86%), França (83%), Bélgica (78%), Holanda (78%), Grã-Bretanha (74%) e Itália (73%).
Entre 24 de junho a 8 de julho de 2022, o Ipsos entrevistou 20.523 pessoas, das quais 1.000 vivem no Brasil. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais. Além do país, integram a pesquisa: África do Sul, Alemanha, Argentina, Austrália, Bélgica, Canadá, Coreia do Sul, Chile, China, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Holanda, Hungria, Índia, Itália, Japão, Malásia, México, Peru, Polônia, Romênia, Rússia, Suécia e Turquia.