Ao menos 51 universidades e 79 institutos estão em greve no Brasil por reestruturação de carreira. Servidores cobraram Ministério da Gestão, que disse que apresentará proposta até final da semana. Servidores de universidades e institutos federais protestam em Brasília
Servidores públicos de universidades e institutos federais se reuniram, na manhã desta quarta-feira (17), em Brasília, para uma marcha em direção ao Ministério da Gestão, na Esplanada dos Ministérios (veja vídeo acima).
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Ao menos 51 universidades e 79 institutos federais estão em greve no Brasil por reestruturação de carreira, recomposição salarial e orçamentária, e revogação de normas aprovadas nos governos Temer e Bolsonaro.
Na manifestação desta quarta-feira, os servidores carregavam faixas com as principais reivindicações dos docentes, e cobraram um resposta do governo federal. Procurado pelo g1, o Ministério da Gestão disse que a reestruturação de carreiras na área da educação é um "compromisso prioritário" da pasta e que vai apresentar uma proposta até sexta-feira (19) (veja íntegra mais abaixo).
"Não vamos aceitar que a nossa categoria seja dividida em classes, e que uma ganhe mais que a outra. Queremos reajuste para todos, ativos, aposentados e pensionistas", disse um representante da Federação de Sindicatos de trabalhadores técnico-administrativos em educação das instituições de ensino superior públicas do Brasil (Fasubra).
Os docentes da Universidade de Brasília (UnB) estão em greve desde segunda-feira (15), por tempo indeterminado (veja detalhes abaixo). Os servidores técnico-administrativos da universidade estão paralisados desde o dia 11 de março.
Greve na UnB
Professores da UnB votam pela greve na universidade
Fernanda Bastos/g1
O início da greve dos professores da UnB foi aprovado por 257 votos a favor e 213 contra em Assembleia Geral Extraordinária convocada pela Associação de Docentes da UnB (Adunb) no dia 8 de abril. A ação é motivada pela falta de reajustes salariais e nos auxílios alimentação, saúde e creche.
Os professores pedem, além da recomposição salarial, a equiparação dos benefícios e auxílios com os servidores do Legislativo e do Judiciário ainda em 2024 e também a revogação de atos normativos criados durante governos anteriores que impactam a carreira dos docentes (entenda abaixo).
Segundo o MEC, no ano passado, o governo federal promoveu reajuste de 9% para todos os servidores. "Equipes da pasta vêm participando da mesa nacional de negociação e das mesas específicas de técnicos e docentes instituídas pelo MGI, e da mesa setorial que trata de condições de trabalho", diz a pasta.
Reivindicações dos professores
Os professores da UnB pedem recomposição salarial com reajuste de 22,71%, divididos em três parcelas:
2024: 7,06%
2025: 7,06%
2026: 7,06%
O governo federal, por meio do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), propôs um reajuste de 9% dividido em duas parcelas:
2024: sem reajuste
2025: 4,5%
2026: 4,5%
O governo também apresentou uma proposta de reajuste dos auxílios alimentação, saúde e creche que não contempla aposentados e pensionistas. O texto que o governo colocou na mesa reajusta já a partir de maio deste ano:
o auxílio alimentação de R$ 658 para R$ 1 mil (alta de 51,9%)
a assistência à saúde complementar per capita média (auxílio saúde) de R$ 144 para R$ 215
a assistência pré-escolar (auxílio creche) de R$ 321 para R$ 484,90
O que diz o Ministério da Gestão
"A reestruturação de carreiras na área de Educação é um compromisso prioritário do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. Na sexta-feira (19/5) o governo apresentará uma proposta convergente com o relatório do Grupo de Trabalho formado por representantes dos Ministérios da Educação e da Gestão, das universidades e instituições de ensino, além de entidades sindicais representantes dos servidores do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação (PCCTAE). O Ministério da Gestão segue aberto ao diálogo com os servidores da área de educação e de todas as outras áreas."
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